Ricardo Centurión, enfim, foi apresentado pelo São Paulo. Diante do lotado auditório de imprensa no CT da Barra Funda, o argentino de poucas palavras foi recepcionado por seis sócios-torcedores e ganhou uma carterinha de integrante do programa. Tudo isso acompanhado do presidente Carlos Miguel Aidar, de Ataíde Gil Guerreiro, vice de futebol, e de Vinícius Pinotti, empresário que bancou a contratação do meia.
Alerta para Centurión? Gringos não se deram bem no São Paulo nas últimas temporadas
Pinotti é empresário e sócio do Tricolor com residência em São Paulo e Miami, nos Estados Unidos. O dinheiro para contratar o argentino foi emprestado com juros baixos e sem prazo fixado para pagamento. A ideia é atrair mais investidores como Pinotti para o clube.
— Agora com a vinda do Vinícius, esperamos formar um grupo de empresários. Não para colocar dinheiro, mas para termos pessoas notáveis em suas áreas, que podem contribuir com o clube. Essa vinda do Vinícius vai proporcionar a criação desse movimento. Os clubes vivem situação difícil, quando você encontra alguem disposto a fazer um aporte, sempre será bem vindo. O São Paulo está aberto para quem quiser ajudar o clube – destacou Aidar, que continuou.
— É um jovem empresário brasileiro, que espontaneamente deu recursos para viabilizar essa contratação. Ofereceu e aceitamos. Não fosse ele não teríamos tido condições de efetuar o pagamento. Não há contrapartidas. O Vinícius é um apaixonado pelo São Paulo desde pequeno. Manifestou o desejo e disponibilizou os recursos, que o São Paulo devolverá em um prazo longo. É um contrato com a pessoa física dele, sem exposição da imagem da empresa dele. Ele fará o pagamento integral ao Racing, menos a comissão do agente, que será bancada por nós.
Por alguns momentos, devido ao fato inusitado da contratação bancada pelo empresário Vinícius Pinotti, Centurión chegou a ficar em segundo plano. Quando perguntado sobre as expectativas de atuar pelo São Paulo, o meia de 22 anos exaltou a presença de ídolos como Rogério Ceni e Luis Fabiano e o talento de atletas como Paulo Henrique Ganso.
— Vi Luis Fabiano muitas vezes e estou aqui para dar uma mão, vai ser tudo bem. Temos grandes jogadores, como Ganso, Pato, Luis, Rogerio Ceni. Tenho que estar tranquilo, fazer as coias bem. Quero fazer o melhor. São muitos ídolos aqui. Rogério é um bom goleiro, fez muitos gols e é idolo. Mas é só meu companheiro, vou tratar de conhecê-lo e respeitá-lo. Isso é o principal. Vi jogar finais e sei que ganhou muito no São Paulo.
Já Vinícius Pinotti, que se declara em sua conta no Twitter como amante do Tricolor e contrário ao “Partido dos Trabalhadores (PT) e sua gangue corrupta”, não quer ser visto como salvador da pátria ou alguém que está tentando tirar dinheiro do clube. O empresário fez elogios à gestão de Aidar no Morumbi e es pera ter provocado a faísca para que novos são-paulinos possam ajudar em contratações ou outros negócios para o clube.
— Venho com a proposta de trazer investimento para o clube, um dinheiro que ajude o São Paulo. Investimentos de longo prazo, dinheiro barato para o clube. A ideia é trazer desta vez, e mais para frente com mais gente. O objetivo meu e do grupo que pode ser criado não é tirar dinheiro daqui, e sim trazer dinheiro, investimento. Tenho certeza que tem gente para vir nessas condições.
O empresário foi apresentado pelo diretor de marketing do Tricolor, Ruy Barbosa, e inserido de vez no clube por Douglas Schwartzmann, vice-presidente da pasta. A dupla, além do vice geral Julio Casares, foi elogiada pelo presidente Aidar por ter conseguido impulsionar o programa de sócio-torcedor.
— O programa, em janeiro de 2014, teve adesão de 421 novos sócios. Em janeiro deste ano, 3.640. Ano passado eram 13.700 pagantes. Neste ano são 21,492. Não pagantes são mais de 44 mil sócios, nos deixando como a oitava equipe do País. Espero que a partir de agora cresça mais. É trabalho do marketing, do Douglas e do Ruy. Quero agradecer à diretoria, que tem dado apoio a essa presidência, permitido que a gente faça boa gestão do clube.