‘‘O único sentimento que existe é a saudade. A gente aprende a lidar com a dor.” É assim que a bancária Ana Carolina Oliveira define como está sua vida atualmente, dez anos após o assassinato da filha, Isabella Nardoni.
“Hoje a gente procura pensar de uma forma mais suave, mas eu acho que o único sentimento que existe é a saudade. Que é o maior deles, e esse nunca passa”, contou ela em entrevista ao G1.
Nesta quinta-feira, 29 de março, faz dez anos que a menina, à época com 5 anos, foi morta. Seu pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá foram acusados de terem agredido Isabella e a jogado do sexto andar de seu apartamento, na zona Norte de São Paulo. Isabella ainda respirava quando foi socorrida no chão, mas não resistiu aos ferimentos.
O casal sempre negou a acusação, mas foi condenado pelo crime em 2010. Alexandre recebeu pena de 30 anos, 2 meses e 20 dias de prisão. Jatobá foi sentenciada a 26 anos e 8 meses, mas foi beneficiada com o regime semiaberto recentemente.
No mesmo ano da condenação, Ana Carolina fez um intercâmbio de seis meses nos Estados Unidos, voltou para o Brasil, se casou e teve mais um filho, Miguel, hoje com quase dois anos.
“Minha vida já está bem mais reconstruída, mais sólida, mais com minha família. Hoje eu estou muito bem. […] Tenho 2 filhos. Apenas não convivo mais com um. Não substituí um filho pelo outro“, afirmou ela ao G1, dizendo ainda ter planos de engravidar novamente.
Sobre o casal Nardoni, ela disse que, mesmo dez anos depois, ainda tem dificuldades de acreditar no que aconteceu.
“Eu continuo com a mesma opinião: que é ‘cruel’ e ‘inacreditável’. […] Acreditar que a pessoa que deveria defender não o fez é difícil”, explicou.
Sobre a saída da madrasta de Isabella da prisão em regime semiaberto, Ana Carolina diz que acha ser um absurdo: “Como é que pessoas que cometem crimes tão bárbaros, cruéis tem a opção de estar livre? Tem a opção de liberdade?… Sair justamente em datas tão fortes: dia das mães, dia das crianças?”, questionou.
No início de março, o casal pediu a redução da pena ao Supremo Tribunal Federal. A defesa classifica a sentença do juiz Maurício Fossem, do Tribunal de Justiça de São Paulo, como “exagerada e desproporcional” e argumenta que a comoção da mídia influenciou na pena imposta ao casal. O relator do caso é o ministro Dias Toffoli e o conteúdo está sob sigilo.
Sobre a saída da madrasta de Isabella da prisão em regime semi-aberto, Ana Carolina diz que acha ser um absurdo: “Como é que pessoas que cometem crimes tão bárbaros, cruéis tem a opção de estar livre? Tem a opção de liberdade?… Sair justamente em datas tão fortes: dia das mães, dia das crianças?”.
No início de março, a defesa do casal condenado pela morte de Isabella pediu que as penas dos dois fossem reduzidas. A defesa argumenta que as penas aplicadas ao casal foram exacerbadas pela repercussão dada ao caso pela mídia e pela grande comoção social gerada pelas circunstâncias da morte da menina. Pedido tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda não tem prazo para ser julgado.
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