No Mineirão lotado, o Cruzeiro fez uma grande festa para comemorar a conquista de seu quarto título nacional, o segundo Brasileirão consecutivo, no início da noite de domingo. A partir desta segunda, porém, nada de farra: o clube estará mobilizado para iniciar os preparativos para mais uma decisão, desta vez na Copa do Brasil – e diante de seu arquirrival. Para levantar a segunda taça na semana, o Cruzeiro precisa de uma virada dificílima sobre o Atlético-MG, que fez 2 a 0 no jogo de ida, no Estádio Independência. De segunda em diante vamos respirar a final da Copa do Brasil. Estamos muito motivados, e essa motivação é importante porque faz você superar dificuldades”, avisou o técnico Marcelo Oliveira, que acredita na capacidade de seu time para reverter o resultado desfavorável. Se o Cruzeiro levantar a taça na quarta, conquistará pela segunda vez a tríplice coroa na temporada (a primeira foi em 2003).
Ainda no gramado do Mineirão, o técnico, seus atletas e a diretoria festejaram a conquista antecipada do Brasileirão e destacaram as virtudes do grupo vencedor. “Nada disso veio de mão beijada. Tudo foi construído com muito sacrifício, muita superação e muita união também. Coroamos um trabalho de sete ou oito meses”, disse o treinador bicampeão do Brasil. Líder do Brasileiro desde a sexta rodada, Marcelo Oliveira elencou as marcas mais significativas do time na competição e disse que o título foi absolutamente justo. “Nosso time foi o melhor mandante, o melhor visitante, o melhor ataque, o time que mais ficou na primeira colocação, o time com maior sequência de vitórias, menor número de derrotas. Tudo isso é trabalho bem feito de uma equipe guerreira, da diretoria que apostou e investiu, da comissão técnica em que todos estão numa sintonia muito boa”, elogiou.
Marcelo Oliveira também se disse grato à confiança recebida do presidente do clube, Gilvan Pinho Tavares. “Sou muito grato a ele, porque ele confiou no nosso trabalho. E o trabalho em conjunto prevaleceu, com essa diretoria apoiando, respaldando, incentivando e cobrando.” Assim como o técnico, o presidente chegou ao cargo no Cruzeiro sob a desconfiança de parte da torcida, já que não tinha grande experiência no futebol. No domingo, porém, o cartola teve seu nome cantado pelo torcedor no Mineirão, o que o deixou emocionado. “A torcida do Cruzeiro sempre grita o nome de cada um dos onze atletas antes do jogo, mas agora gritaram também o do presidente. A gente se sente como se fosse um membro desta equipe”, contou o dirigente, que destacou o papel importante do torcedor mineiro, “que tem lotado o estádio e ajudado a manter os jogadores no clube”.
Confiança – Dois dos atletas mais importantes da campanha também comemoraram muito a conquista. O goleiro Fábio, que está completando dez temporadas interruptas no gol do Cruzeiro, voltou a se destacar na reta final da competição. “O troféu é nosso e podemos comemorar. Desde a sexta rodada estamos lutando contra tudo e contra todos”, disse ele, citando a partida em que o time assumiu o primeiro lugar, posição de onde não saiu. O meia Everton Ribeiro, considerado o maestro do time campeão, dividiu os méritos com todos os companheiros. “Todo mundo se empenhou ao máximo, o título é de todo mundo”, disse o atleta – que, assim como os demais, não se esqueceu da final da Copa do Brasil nem durante a comemoração. “Já mostramos todo o nosso futebol. A gente vem de três vitórias importantíssimas e isso nos dá fôlego e ânimo para mais uma final”, disse o meia, mostrando confiança.