Os argentinos agora têm um “Maracanazo” para chamar de seu. Em um duelo pegado, como pede todo clássico entre Brasil e Argentina, Messi e seus companheiros levaram a melhor na noite deste sábado (10) e, com vitória por 1 a 0, levantaram a taça da Copa América após 28 anos de seca. O gol da vitória foi marcado por Di Maria.
Para se consagrar como o primeiro técnico brasileiro a conquistar a competição continental duas vezes, Tite optou por começar com Everton Cebolinha, ex-Grêmio, entre os titulares. Com isso, Neymar atuava solto à frente, sem o compromisso de voltar para marcar. Mas quem esperava um jogo plástico ficou decepcionado com um início em que sobraram pontapés de ambos os lados.
Logo no início, Fred recebeu cartão amarelo por entrada mais dura em Montiel. A resposta dos adversários veio com a mesma intensidade. Quando engatilhava a primeira finalização da partida, o camisa 10 brasileiro foi travado pelo zagueiro, em lance que lhe rasgou o calção na altura da coxa.
Se os anfitriões esbarraram na marcação, o mesmo não aconteceu com os visitantes. Aos 21, em belo lançamento às costas de Renan Lodi, De Paul acionou Di María, que partiu em disparada e, com categoria, tocou por cima de Ederson: 1 a 0.
Mesmo em vantagem, os argentinos seguiram a todo vapor, mostrando que a eliminação na semifinal de 2019 estava engasgada. Messi teve a chance de ampliar ao carregar a bola pelo meio e arriscar da entrada da área, em chute para fora. O ímpeto ofensivo, porém, sofreu um pequeno baque quando Di María tombou no gramado sentindo dores no tornozelo.
O Brasil ainda esboçou uma pequena reação antes do intervalo, quando Everton e Richarlison inverteram seus posicionamentos. Desta forma, o ex-gremista passou a atuar pela esquerda e, ali, tentou um arremate a gol. O chute, contudo, foi amortecido no adversário e parou tranquilamente nas mãos de Martínez.
Disposto a mudar o cenário, Tite sacou Fred e mandou Roberto Firmino a campo na volta para o segundo tempo. A substituição fez Neymar assumir de vez a função de armador e deu resultado imediato. Logo aos seis minutos, Richarlison chegou a balançar as redes após pegar rebote do goleiro, mas o gol foi anulado por impedimento.
Enquanto os poucos torcedores que assistiam à partida no Maracanã ainda lamentavam o lance, o atacante teve outra chance. Mas, pifado por Neymar, finalizou sobre o goleiro.
Ao mesmo tempo em que se expunha, o Brasil sofria nos contra-ataques. Nervosos, até os experientes Thiago Silva e Casemiro também erraram passes na saída de bola que quase comprometeram Ederson.
Foi quando Tite recorreu à cartada final, chamando Emerson e Gabigol de uma só vez. A entrada do flamenguista causou um certo furor nas arquibancadas. Aliás, o atacante foi um dos que mais discutiu e caiu na catimba dos argentinos. Com a bola no pé, falhou como todos seus companheiros ao pegar rebote após escanteio.
Apesar da pressão, o Brasil não conseguiu furar o bloqueio argentino. No final, ainda escapou de sofrer o segundo, quando Messi se enrolou na bola, cara a cara com o goleiro brasileiro. Não fez diferença. Pela primeira vez na história, a Seleção não ergueu a taça da Copa América ao sediar o torneio. Estava construído um novo “Maracanazo”.