O governo da Bolívia justificou nesta quarta-feira o aumento no contingente de forças de segurança ao redor da embaixada do México em La Paz, dois dias depois de o governo mexicano ter criticado o que chamou de “assédio policial” e de acusar os bolivianos de perseguirem veículos oficiais, realizar gravações e tentar deter o livre trânsito de sua embaixadora.
“É evidente que essa ações não correspondem às práticas habituais de vigilância e proteção dos imóveis diplomáticos”, afirmou na terça-feira, em comunicado, a Chancelaria mexicana. “Se essa situação se mantiver, o México responsabiliza a Bolívia por qualquer problema em sua sede diplomática e pessoal destacado ali.”
Em resposta, o governo de La Paz negou qualquer tipo de perseguição aos representantes do país, que deu asilo ao ex-presidente Evo Morales dias depois de sua renúncia, em novembro, dizendo que o aumento do policiamento era para a própria proteção da missão dimplomática.
De acordo com o secretário da Presidência, Erick Foronda, esse aumento na vigilância se deve às ameaças de um grupo chamado “Ponchos Vermelhos”, baseado na cidade de El Alto. Segundo ele, o objetivo dos atos seria exigir a expulsão do ex-ministro da Presidência Juan Ramón Quintana, procurado pela Justiça pelos crimes de sedição, instigação à delinquência, terrorismo e financiamento do terrorismo e que está abrigado na representação diplomática.
— Com o objetivo de garantir a tranquilidade da missão, além da segurança e dignidade dos diplomatas mexicanos e a inviolabilidade das instalações diplomáticas, o governo Constitucional aumentou a presença de forças policiais na via pública sem afetar a livre circulação dos funcionários da embaixadas nem violar o recinto diplomático — disse Foronda.
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