O bebê de seis meses, alvo de uma investigação da Polícia Civil em Potim por suspeita de ter sido agredido, morreu na madrugada desta terça-feira (21) no Hospital Regional de Taubaté. À polícia, a família nega a agressão e diz que o menino foi atingido acidentalmente por abacaxis que caíram de uma barraca em uma feira livre. A criança sofreu trauma no crânio.
Ele estava internado desde o último dia 13 após ser levado pelos pais para um hospital emGuaratinguetá. O bebê foi transferido depois para Taubaté. As enfermeiras da unidade em Guará acionaram a Polícia Militar e o Conselho Tutelar no dia 9 após suspeitarem das marcas que teriam sido encontradas no corpo da criança.
Segundo o boletim de ocorrência, registrado pelos pais no dia 10 em Potim (SP), a versão apresentada sobre o abacaxi ‘não merece credibilidade’. O delegado Adilson Marcondes, substituto da delegacia de Potim, amenizou a informação no boletim de ocorrência e disse que, por enquanto, nenhuma hipótese para a morte do bebê foi descartada. Quatro pessoas foram ouvidas no inquérito.
“Nós ouvimos os pais, o feirante e uma testemunha, todos eles confirmam a história dos abacaxis. Mas é uma investigação em curso, ainda falta ouvir os profissionais do hospital, a conselheira tutelar e o mais importante, o resultado do laudo do IML após a internação da criança, que pode atestar se houve agressão ou não”, disse ao G1. Ele deve ter acesso ao material nesta quarta (22).
O Conselho Tutelar foi procurado na tarde desta terça, mas nenhum conselheiro foi localizado para comentar o caso. Em entrevista anterior, o órgão informou que acompanha o caso.
Acidente
Testemunhas compartilham a versão dos pais. A feirante da banca onde aconteceu o acidente confirma a história, mas diz que o fato teria acontecido no dia 3, uma semana antes da criança ser levada para o Hospital.
“Foi bem rápido, então não vi direito, a mãe dele estava escolhendo laranjas, quando caíram uns abacaxis no chão e no carrinho do menino. Vi que tinha ficado machucado no rosto dele [do bebê], mas a mãe disse para o meu marido que não era nada e foi embora”, contou a mulher que preferiu não se identificar. Ela disse que o marido já foi chamado na polícia para prestar esclarecimento.
O advogado da família, Ricardo Santos do Nascimento, disse que teve acesso ao laudo do IML e que o documento atestou que não houve agressão contra o bebê. “Inclusive o Conselho Tutelar confirma que houve de fato um acidente. Eu reafirmo que os pais não agrediram a criança e isso está sendo provado. Os pais estão abalados com a morte”, disse o defensor.