m bebê de 3 meses de idade perdeu a visão de um dos olhos depois que um amigo da família tirou uma foto dele, bem de perto, usando flash. De acordo com médicos ouvidos pelo jornal chinês “People’s Daily”, a criança sofreu danos irreparáveis, que teriam sido causados pela luz disparada pela câmera, que estava a apenas 25 centímetros de distância de seu rosto.
Os pais notaram que havia algo de errado com o filho logo depois que a foto foi tirada. Os especialistas procurados por eles constataram que a criança teve redução parcial da visão no olho esquerdo e perda total no direito.
De acordo com os pais, os médicos afirmaram que os danos não podem ser corrigidos nem mesmo com cirurgia, pois o flash teria danificado células da mácula, pequena área da retina altamente sensível a luzes e responsável pela percepção de detalhes, como a distinção de cores.
Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP), diz que o incidente pode ter acontecido pela câmera ser de má qualidade ou porque a criança já tinha algum problema prévio de visão.
“Os flashs de câmeras normais são testados por segurança para evitar lesões, tanto em bebês quanto em adultos. Talvez a luz emitida pelo aparelho tenha sido tóxica para a criança. Mas a hipótese mais provável é a de que o bebê já tivesse algum problema na visão, e a questão da foto foi apenas uma coincidência”, explica.
Mesmo a mácula sendo uma região sensível e que só se desenvolve totalmente depois que a criança completa quatro anos, Neves afirma que a fração de milésimo de segundo de um flash dificilmente causaria problemas em bebês. “Existe mais risco em deixar a criança exposta diretamente ao sol, provocando uma queimadura na retina, do que algum problema causado pelo flash de câmeras fotográficas”, fala.
Danos na mácula podem levar à perda da visão central, impedindo que a pessoa enxergue coisas que estão bem diante de seus olhos. O problema afeta mais os idosos, devido ao desgaste causado pelo tempo.