Os moradores da cidade de Yulin, na China, tiveram que adiantar as comemorações do Festival de Verão, que aconteceu no último sábado (21). Durante a comemoração do dia mais longo do ano, os chineses mantêm a tradição de comer carne de cachorro com lichias e muitos ativistas internacionais foram até o lugar para tentar evitar a prática anual.
Durante o evento, os animais são oferecidos aos compradores ainda com vida. Depois de mortos, são assados e ficam à mostra em mercados de rua.
Na tradição Yulin, comer carne de cachorro com lichias durante o dia do solstício (movimento do sol que faz com que o dia tenha maior duração) faz com que as pessoas se mantenham saudáveis durante o inverno.
Apesar de nenhum profissional da saúde ter comprovado o suposto benefício da prática, os chineses continuam com a compra e venda dos animais
De acordo com a mídia local, os moradores já estão acostumados com a atividade e aproveitam para ganhar dinheiro. Eles preparam mesas para degustação do prato principal, que pode ser acompanhado de legumes e verduras.
Alguns ainda tiram a pele dos animais para vender separadamente. Todos ficam pendurados.
Para os ativistas dos direitos dos animais, o evento é um risco para a saúde pública e uma destruição em massa de cachorros.
Os cães não passam por nenhum exame para garantir que estão livres de doenças, e muitos dos defensores dos animais afirmam que os bichos são roubados de seus donos para serem vendidos no mercado negro.
De acordo com o Daily Mail, os cães são mortos por envenenamento por produtos tóxicos que podem ser prejudiciais para seres humanos. A ativista Deng Yidan, da ong Asia Animals (Animais da Ásia, em tradução livre) disse que essa atividade fere a imagem de cidade de Yulin e da China como um todo.
— A cobertura negativa do evento está crescendo. Roubo de cães, atividades criminais, questões de higiene, doenças transmissíveis, a divisão da sociedade entre favoráveis e contrários ao Festival. Esse conjunto trouxe um significado mais negativo para a cidade de Yulin e seus benefícios econômicos.
O governo de Yulin procura se afastar da polêmica festa, dizendo que o evento não é oficial. Além disso, as autoridades orientam aos donos de restaurantes para que removam de seus cardápios todas as referências a carne de cachorro. Apesar disso, o comércio de carne de cachorro não é ilegal na China.