O presidente Jair Bolsonaro embarcou na noite desta terça-feira (19) na Base Aérea Andrews, no estado de Maryland, rumo ao Brasil, depois de ter se encontrado com o presidente americano Donald Trump nos Estados Unidos.
O avião decolou às 22h18, horário de Brasília. A previsão é que a aeronave, um Airbus A319 da Força Aérea Brasileira, aterrisse em Brasília às 7h45 de quarta (20).
Após desembarcar em Brasília, Bolsonaro vai receber, no Palácio da Alvorada, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo; e os chefes das Forças Armadas: o almirante Ilques Barbosa Júnior, comandante da Marinha; o general Edson Leal Pujol, comandante do Exército; e o Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.
Eles devem bater o martelo sobre a proposta de reforma da Previdência para os militares. Caso eles fechem o texto, os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Fernando Azevedo (Defesa) e Paulo Guedes (Economia) levarão a proposta ao Congresso.
A visita de Bolsonaro aos Estados Unidos durou três dias; ele havia chegado ao país no domingo. Além da reunião com o Trump, o presidente discursou na Câmara Americana de Comércio e se encontrou com “formadores de opinião”.
Enquanto Bolsonaro estava em Washington, o governo publicou um decreto assinado pelo presidente autorizando turistas de Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália a entrar no Brasil sem visto. Nesta terça, questionado sobre o assunto, Bolsonaro disse que liberou o visto para turistas americanos porque cidadãos do país não viajam ao Brasil em busca de emprego.
Também foram assinados alguns acordos, entre os quais o que permite aos EUA lançar satélites da base de Alcântara, no Maranhão, e o que prevê a troca de informações entre a Polícia Federal e o FBI, a polícia federal norte-americana.
Abrir mão da OMC
No encontro entre Trump e Bolsonaro, ficou acertado que o Brasil começará a abrir mão do tratamento especial que o país recebe na Organização Mundial do Comércio (OMC). A decisão, informou o Ministério das Relações Exteriores, está “em linha” com a proposta apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o país apoie a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o “clube dos países ricos”.
A OMC surgiu em 1995 para regulamentar o comércio mundial e é um órgão considerado importante para países que dependem de um sistema de normas para defender os interesses no comércio internacional.
A organização conta atualmente com 164 países membros e media conflitos comerciais. Para isso, define regras sobre tarifas, por exemplo. Se algum país entende que os produtos nacionais enfrentam barreiras que desrespeitam as normas da OMC, pode recorrer à organização para solucionar o conflito.
O Brasil é membro da OMC desde janeiro de 1995 e faz parte da lista de países com tratamento especial e diferenciado. A lista inclui países que dizem estar em desenvolvimento e, por isso, têm vantagens em relação aos outros, como mais prazo para cumprir acordos e outras flexibilidades.
Os Estados Unidos, contudo, são contra a existência da lista nos moldes atuais e defendem a mudança das regras na OMC.
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