Depois de dois meses, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou o aumento nos preços de remédios. O reajuste será de até 5,21% e já pode ser aplicado pelas farmacêuticas. A autorização foi publicada em edição extra do Diário Oficial de segunda-feira (1º).
No final de março, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um acordo com a indústria farmacêutica para que o reajuste anual de todos os remédios fosse adiado por 60 dias, por conta da crise provocada pela pandemia de coronavírus. O reajuste médio seria de cerca de 4%, segundo a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, e deveria entrar em vigor em 1º de abril.
O que diz o setor
O acordo anunciado em março foi fechado com a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). Na ocasião, o presidente da entidade, Henrique Tada, disse que a indústria conseguiria absorver esse adiamento e que isso será importante neste momento de crise.
Nesta terça-feira, em nota ao Valor, o Sindusfarma disse que esse aumento é “absolutamente necessário para viabilizar a operação da indústria farmacêutica no país, garantindo assim o fornecimento normal de medicamentos para a população.”
Segundo a entidade, esse reajuste, “de apenas 4,08%, na média” poderá repor parte dos aumentos de custo acumulados no ano passado e mais recentemente em razão da pandemia. Pelos cálculos do Sindusfarma, o dólar subiu mais de 30% considerando a cotação da moeda americana em março do ano passado até final de maio de 2020.
“Ressalte-se, ainda, que os valores sobre os quais o reajuste incide são relativamente baixos. Por exemplo, no Brasil uma caixa de medicamento genérico custa pouco mais de seis reais, em média, e um medicamento similar ou novo, menos de vinte reais, segundo o último levantamento da CMED, de 2018”, diz a nota da entidade.