A dupla sertaneja Edson e Hudson anunciou nesta segunda-feira o lançamento do 19º disco da carreira dos irmãos, uma semana após a alta de Hudson de uma clínica de reabilitação na região metropolitana de São Paulo. O álbum De: Edson Para: Hudson foi gravado em duas etapas, uma em um estúdio, por Edson, e outra na clínica onde seu irmão ficou internado por sete meses para tratar seu vício em álcool e drogas. A volta aos palcos dos sertanejos acontece em novembro, em São Paulo.
Em entrevista ao Fantástico, Hudson afirmou que ficou entre a vida e a morte. “Todo dia, eu trocava um almoço, meu café da manhã, por uma talagada de uísque. Depois, entrei nessa de cocaína”, disse. Ao receber alta, em 22 de setembro, ele saiu da clínica acompanhado da noiva, dos pais e do irmão. “Entre morrer e viver, eu preferi viver. E aqui foi onde eu aprendi a viver novamente. Acho que é o dia mais feliz da minha vida. Eu estou voltando para a sociedade, só que limpo, né?”
O cantor estava internado desde março por iniciativa do pai de Hudson, Jerônimo Silva, que solicitou a expedição de internação compulsória para o filho ao perceber que ele necessitava de tratamento especializado. Em julho, o médico responsável pelos cuidados de Hudson assinou um boletim que afirmava que o cantor estava “sem condições” de deixar a clínica. Ao Fantástico, o sertanejo afirmou que ficou chateado com o pai ao ser internado, mas depois entendeu o motivo de precisar se manter na reabilitação. “Se eu não tivesse buscado o tratamento, estaria morto, com certeza. Foi durante o tratamento que eu descobri a lesão que eu tinha no fígado. Tive duas lesões no cérebro, uma do lado direito, uma do lado esquerdo.”
Vício — O cantor afirma que o vício em drogas se tornou mais grave após o suicídio de sua mulher, Larissa, em 2012, e que sofreu doze overdoses depois disso. “Quando houve essa tragédia na minha vida, eu comecei a usar todo dia. Uísque, eu não tomava nem na xícara mais. Tomava no bico mesmo. Eu dormia com a garrafa do lado da cama. Descontrole total”, disse.
Já no ano seguinte, Hudson foi preso por porte ilegal de armas. Uma pistola e um revólver estavam no carro do sertanejo quando ele foi parado por uma blitz da Polícia Militar. Horas mais tarde, após ter pago fiança de 6.000 reais, uma denúncia anônima indicou à polícia de Limeira (SP) que havia mais armamento na residência de músico, em um condomínio da cidade.
Com um mandado de busca e apreensão, investigadores foram para o local, onde encontraram uma carabina, uma bereta, um soco-inglês, uma pequena porção de maconha e munição – inclusive de uso restrito das Forças Armadas. Hudson foi preso e libertado dois dias depois, quando recebeu um habeas corpus para responder o processo em liberdade.