O ex-gerente da Petrobras Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos foi preso na manhã desta sexta-feira (26), por agentes da Polícia Federal durante a 41ª fase da Operação Lava-Jato. Os agentes também tentaram cumprir um mandado de prisão temporária contra o ex-banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos, mas ele não foi localizado. Segundo a PF, Santos vai se entregar na tarde desta sexta. A prisão de Bastos aconteceu no Rio de Janeiro, mas a ação, que foi batizada como Poço Seco, também é realizada no Distrito Federal e em São Paulo.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que o ex-banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos foi preso. Na verdade, ele deve se apresentar nesta tarde, segundo o delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato. O erro foi corrigido às 12h02) .
No Rio, os agentes cumpriram mandados em três endereços da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e um em São Conrado, na Zona Sul. Contra Bastos, que foi demitido por justa causa da Petrobras, foi cumprido um mandado de prisão preventiva, e contra Santos um mandado de prisão temporária.
Segundo as investigações o ex-gerente da área internacional da empresa e o ex-banqueiro são suspeitos de terem recebido mais de US$ 5,5 milhões (cerca de R$ 18 milhões) em propinas da empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures SARL (CBH). Eles e outras cinco pessoas, relacionadas a um total de cinco contas mantidas na Suíça e nos Estados Unidos, são suspeitos de terem recebido pagamentos ilícitos, entre 2011 e 2014, que totalizaram mais de US$ 7 milhões (cerca de R$ 23 milhões). Os fatos podem configurar os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Ao todo, foram expedidos 13 mandados judiciais, sendo oito de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e três mandados de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento.A empresa CBH pertente ao empresário português Idalecio Oliveira e foi responsável pela venda de um campo seco de petróleo em Benin, na África, para a Petrobras, em 2011. Nesta quinta (15), Idalécio foi absolvido em outro processo juiz Sérgio Moro nos quais ele era suspeito pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. De acordo com a decisão, a sentença foi baseada por falta de provas no processo.