A África do Sul realiza nesta quarta-feira (7) a primeira eleição com a participação da geração nascida após o apartheid, e as pesquisas indicam que o prestígio do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) na luta contra o regime de minoria branca prevalecerá mesmo entre os novos eleitores.
Os 22.263 locais de votação, que abriram as portas às 7h locais (2h de Brasília), fecharão às 21h (16h de Brasília). Muitas pessoas fizeram fila antes da abertura para votar na quinta eleição geral, envolvendo todas as raças, desde o fim do regime do Apartheid em 1994.
A imprensa destacou alguns incidentes isolados, como a falta de urnas em alguns locais ou o fato de que alguns funcionários eleitorais usavam camisas do ANC.
Mais de 25,3 milhões de sul-africanos devem votar para eleger 400 deputados, que designarão o próximo presidente em 21 de maio.
Jacob Zuma, de 72 anos, no poder desde as eleições de 2009, deve obter o segundo mandato de cinco anos.
Em Attridgeville, um acampamento informal em Pretória, a comissão eleitoral teve que montar uma tenda para que os milhares de residentes locais pudessem votar, segundo a Associated Press.
Em Soweto, casa do ex-presidente Nelson Mandela, muitos disseram ter votado pela CNA, partido que liderou a luta contra o Apartheid e tem dominado a política local desde que Mandela foi eleito presidente em 1994.
As pesquisas de opinião do jornal “Sunday Times” ao longo dos últimos dois meses colocam o apoio ao CNA em torno de 65%, levemente abaixo dos 65,9% conquistados na eleição de 2009 que elegeu o presidente Jacob Zumam, segundo a Reuters.
O apoio ao CNA surpreendeu os analistas, que um ano atrás diziam que o partido poderia penar nas urnas, já que o seu passado glorioso virou história e os eleitores se concentraram no lento crescimento econômico e na série de escândalos que caracterizaram o primeiro mandato de Zuma.
A economia mais sofisticada da África enfrentou dificuldades para se recuperar da recessão de 2009 – a sua primeira desde o fim do apartheid em 1994 – e os esforços do CNA para estimular o crescimento e lidar com os 25% de desemprego foram prejudicados por poderosos sindicatos.
O principal organismo anticorrupção do país acusou Zuma neste ano de “se beneficiar irregularmente” de uma reforma paga pelo Estado em sua casa particular em Nkandla no valor de US$ 23 milhões que incluiu uma piscina e um galinheiro.
A taxa de aprovação pessoal de Zuma caiu desde as revelações. Mas, em uma entrevista coletiva nesta semana para concluir a campanha do CNA, o líder de 72 anos minimizou as insinuações de que o imbróglio esteja prejudicando o partido.
“Não estou preocupado com (a casa em) Nkandla”, disse Zuma. “O povo não está preocupado com isso. Acho que as pessoas que estão preocupadas com isso são vocês, a mídia, e a oposição”.
Zuma votou logo cedo em uma escola em sua cidade natal, Nkandla, encerrando o que ele chamou de campanha “muito desafiadora”. Já Helen Zille, líder da Aliança Democrática, principal partido de oposição, votou na Cidade do Cabo.