O advogado da OAS, uma das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, Roberto Telhada, diz que vai pedir a anulação da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Para o advogado, Paulo Roberto teria mentido.
“Disse hoje aqui que recebeu de R$ 6 milhões a R$ 8 milhões de Alberto Youssef e Youssef disse que entregou R$ 50 milhões a ele no Brasil”, declarou Telhada.
Quando questionado sobre o dinheiro que repassou a Paulo Roberto, Alberto Youssef respondeu que foram “em torno de R$ 50 a R$ 60 milhões para Paulo Roberto Costa”.
Paulo Roberto falou sobre a quantidade de dinheiro que recebeu, mas citou apenas Fernando Baiano, outro acusado no esquema. “Esse valor do exterior veio através do Fernando Soares. No exterior, um pouco mais de U$ 30 milhões e aqui no Brasil talvez uns R$ 6 a R$ 8 milhões”.
No depoimento, Paulo Roberto citou o presidente do senado Renan Calheiros e o deputado Aníbal Gomes. Os dois também teriam recebido parte da propina obtida com fraudes na Petrobras. Renan e Aníbal já são investigados em outro processo pela Procuradoria Geral da República em Brasília porque têm foro privilegiado.
Paulo Roberto Costa também disse ao juiz Sérgio Moro que, na Petrobras, era voz corrente que a indicação de Renato Duque, outro ex-diretor investigado e preso, teria partido do ex-ministro José Dirceu.
O senador Renan Calheiros reafirmou que as relações com todas as empresas públicas nunca ultrapassaram os limites institucionais e que jamais autorizou o deputado Aníbal Gomes a falar em nome dele.
O deputado Aníbal Gomes negou as acusações e disse que não houve entrega de recursos para ninguém.
O advogado de José Dirceu disse que o ex-ministro não indicou Renato Duque para o cargo de diretor da Petrobras.
A defesa de Alberto Youssef reafirmou que ele mantém todas as declarações.
O Hora 1 não conseguiu contato com os advogados de Paulo Roberto Costa e de Fernando Baiano.