Três adolescentes acusam policiais militares de agressão durante uma abordagem na madrugada desta quarta-feira (2) em São José dos Campos. Segundo os jovens, eles teriam sido abordados na estrada do Capuava enquanto voltavam de uma festa a pé. Durante a ação, eles foram agredidos com golpes de cacetete, socos e chutes. A PM informou que vai apurar o fato.
De acordo com os jovens, eles estavam em uma festa com amigos e voltavam a pé por volta das 4h quando foram abordados. Eles teriam obedecido o pedido da polícia e parado em posição de revista – próximos à parede e com as mãos na cabeça. Logo depois teriam começado as agressões.
“Nós paramos e antes que eles colocassem a mão na gente para a revista, eles nos agrediram. Eu nunca tive passagem pela polícia, não fazia nada de ilícito ali e obedeci o que eles pediram. A gente ficou desesperado, pedindo que parassem e eles batiam mais”, conta Felipe Gomes, 17 anos.
Depois das agressões, os jovens foram liberados e voltaram para casa. Ao chegarem, o pai de Felipe, PM aposentado, acionou a polícia. “Fui policial por 30 anos, esse tipo de abordagem é um absurdo. Se eles tivessem praticado desacato, se estivessem cometendo ato ilícito, teriam que ter sido levados até a delegacia. Agora, agride e libera para vir embora sem nenhum registro. É uma postura estranha e inaceitável”, disse Márcio Gomes.
Os três adolescentes tinham marcas de cassetete e chutes no abdômen, rosto, pernas e braços. Eles foram socorridos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Putim, medicados e liberados. Por volta das 13h a PM enviou uma viatura ao local e encaminhou os jovens à Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.
“A gente não teve medo no início porque era a polícia, que tinha que proteger, mas quando começaram as agressões ficamos sem entender o que estava acontecendo e quando questionávamos, eles falavam que apanharíamos mais”, conta Heitor Correia, 16 anos.
A Polícia Militar informou por meio de nota que está apurando a versão dos jovens e a atuação dos oficiais envolvidos na ocorrência.
“A apuração já encontra-se em andamento, a fim de se buscar a verdade real dos fatos e apurar condutas em desacordo com a lei e os procedimentos operacionais padrão da Polícia Militar”, informou a PM por meio de nota.