Acadêmicos do Tatuapé é a grande campeã do Carnaval de São Paulo. A escola levou seu primeiro título do grupo especial em uma disputa acirrada, decidida apenas por um critério de desempate. E quando saiu o resultado final, foi grande a festa da torcida.
Depois da última nota, do último quesito da apuração de São Paulo, a quadra da Acadêmicos do Tatuapá explodiu de felicidade. Foi o primeiro campeonato em 64 anos de história da escola e agora a quadra está uma alegria só.
Torcida, componentes e bateria. Estava todo mundo na comemoração. E a taça do título no palco. Um título, uma festa e um carnaval que vão ficar marcados na história do bairro do Tatuapé.
O samba-enredo que fez a balança pesar para o lado da Acadêmicos do Tatuapé. O quesito era o primeiro critério de desempate e garantiu o título inédito do Carnaval de São Paulo para a escola da Zona Leste da cidade.
O grito de campeã custou a sair. Os três primeiros lugares foram definidos décimo a décimo. E só deu para saber quem era a campeã do Carnaval na última nota do último jurado do último quesito.
A apuração começou com a Império de Casa Verde, campeã do ano passado, na frente. Mas Tatuapé e Dragões da Real estavam tão perto, que não tinha nem espaço para empolgação.
Entre uma nota e outra, silêncio no Sambódromo.
Nenhuma escola sabia o que esperar dos 36 jurados, já que todos eram estreantes na função. Eles foram treinados para evitar confusões como a do ano passado, quando os jurados esqueceram de dar notas para as escolas. Mesmo assim, aconteceu de novo.
A Unidos do Peruche ficou sem uma nota de harmonia, então a regra nova foi aplicada: foi calculada a média das outras notas do quesito.
A apuração seguiu cada vez mais apertada. Em evolução, a Dragões da Real assumiu a liderança e a Acadêmicos do Tatuapé estava um décimo atrás.
Continuou assim durante a leitura das notas de enredo, penúltimo quesito. O presidente da Tatuapé se irritou com os jurados.
Nas duas primeiras notas do último quesito, samba-enredo, o título parecia que ia mesmo para a Dragões da Real.
Mas ainda faltava a última nota. Na mesa ao lado, a Tatuapé ganha um dez e empata e Dragões precisava ganhar precisava de um dez. Mas não deu.
Cercado pelos integrantes da escola e pelos jornalistas, o presidente da Tatuapé mal conseguia falar. Depois, disse que o que fez a diferença para a escola não foi só o critério de desempate.