Diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) aos 21, Stephen Hawking não se abateu quando médicos estimaram que ele teria pouco tempo de vida. Viveu até os 76. E teve uma carreira prolífica, com descobertas que geraram imensos debates na física teórica e na astronomia — ao lado de muita exposição na mídia e grande contribuição para a divulgação científica, o que também gerou alguns desafetos.
Suas teorias, como a de muitos físicos, desafiam a noção de espaço-tempo e levam a mente a uma outra dimensão: não dá para começar a compreendê-las sem abandonar as concepções mais fundamentais sobre a realidade que conhecemos. Por exemplo, deve-se partir da premissa de que existem lugares no universo, os buracos negros, em que a gravidade é tão imensa que nada consegue sair de lá — nem mesmo a luz.
Aliás, foi em seus estudos sobre os buracos negros que Stephen Hawking fez uma das suas principais contribuições. Ele descreveu que essas estruturas emitem uma radiação, que ficou conhecida como Radiação de Hawking. A teoria de Hawking, de certa forma até negou a característica de “negro” atribuída aos buracos: a luz emitida por essa radiação demonstrava que eles não seriam tão escuros quanto se imaginava.
Essa teoria da radiação também mostrou que os buracos negros não eram imortais; em milhões de anos, eles poderiam desaparecer paulatinamente por processos que antecedem a emissão dessa radiação.
Hawking também teorizou sobre o Big Bang, sobre a formação do universo e emitiu opiniões das mais diversas sobre o futuro da humanidade e sobre a vida em outros planetas.
“Meu objetivo é simples. É ter uma compreensão completa do universo, por que ele é como é, e por que tudo existe”, chegou a afirmar.
Há quem diga que ele é injustiçado por nunca ter ganho o Nobel; há quem diga que, apesar do seu carisma e fama, não é para tanto. O fato é que — seja pelas suas teorias, seja pela divulgação das teorias de outrem — Hawking ajudou a fomentar debates que foram muito além da academia ou de grupos circunscristos de especialistas.
Hawking escreveu diversos livros que ajudaram a divulgar complexas teorias cosmológicas em linguagem fácil para leigos. O primeiro foi “Uma breve história do tempo”, escrito entre 1982 e 1984, que vendeu mais de 10 milhões de cópias.
Obras seguintes incluem: “O Universo numa casca de noz” (2001), “Uma nova história do tempo” (2005), versão atualizada de sua estreia co-escrita com Leonard Mlodinow) e “God created the integers” (2006).
Em parceria com sua filha Lucy, Hawking também escreveu livros infantis sobre o universo com George e o Segredo do Universo (2007) e suas duas continuações.
(Foto: Lucas Jackson/Reuters)