A americana Michelle Carter, 20 anos, foi condenada nesta sexta-feira (16) por homicídio involuntário. Ela era acusada de ter incitado o namorado, Conrad Roy, a cometer suicídio.
Roy foi encontrado em 13 de julho de 2014, dentro de sua camionete, no estacionamento de uma loja de departamento, morto após inalar monóxido de carbono. A sentença será divulgada em agosto.
Ao ler seu veredito, o juiz Lawrence Moniz ressaltou o fato de Carter ter conversado com Roy ao telefone por mais de 40 minutos enquanto ele cometia o suicídio.
Moniz salientou ainda que Roy chegou a sair de sua caminhonete, já contaminada por monóxido de carbono, dizendo que estava com medo, mas Carter instruiu o namorado a voltar para dentro do veículo.
Carter não chamou a polícia nem avisou os familiares de Roy sobre o suicídio.
Julgamento
Durante duas semanas de julgamento, acusação e defesa discutiram as centenas de mensagens de texto trocadas entre Carter, que na época tinha 17 anos, e Roy, 18, nos dias que antecederam sua morte, em 12 de julho de 2014.
Nessas mensagens, o casal conversava em detalhes sobre os planos de Roy de cometer suicídio.
“Você finalmente vai ser feliz no paraíso. Sem mais dor. Sem mais pensamentos ruins e preocupações. Você será livre”, escreveu Carter em mensagem enviada a Roy.
“Você simplesmente tem que fazê-lo”, disse ela em pelo menos quatro mensagens.
Segundo a acusação, Carter convenceu e pressionou Roy a cometer suicídio, pesquisou e o orientou sobre os métodos mais eficazes e repreendeu o namorado nas vezes em que ele adiou o ato.
“Então parece que você não vai fazer; tudo isso para nada. Eu só estou confusa, porque você estava tão pronto e determinado”, disse Carter em uma mensagem enviada a Roy horas antes de ele cometer suicídio.
Quando o namorado diz que vai agir eventualmente, ela responde: “Você está apenas tornando as coisas mais difíceis para você mesmo adiando, você simplesmente tem que fazê-lo”.
A promotora Maryclare Flynn disse que Carter manipulou Roy, e que ela queria atrair atenção como “a namorada de luto”.
Após a morte do namorado, Carter postou mensagens lamentando sua perda em redes sociais e arrecadou dinheiro em seu nome para conscientização sobre saúde mental.
A defesa alegava que Carter não causou a morte do namorado e não estava presente fisicamente quando Roy morreu.
Segundo o advogado de defesa, Joseph Cataldo, Roy sofria de depressão e já pensava em suicídio antes do envolvimento de Carter. O jovem já havia tentado suicídio anteriormente.