Cerca de 1,5 mil funcionários da General Motors tiveram os contratos de trabalho suspensos – o layoff – a partir desta segunda-feira (5) em São José dos Campos. O acordo entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos afasta os trabalhadores por cinco meses.
O layoff foi proposto pela empresa sob a alegação de que a fábrica tem um excedente de 1,6 mil funcionários. Em contrapartida à suspensão dos contratos, a GM garantiu três meses de estabilidade para o efetivo após o retorno – na prática, a multinacional não poderá demitir empregados até fevereiro de 2018.
Além disso, a empresa antecipou o pagamento do 13º salário e garantiu a renovação dos contratos temporários.
A empresa e a entidade chegaram ao acordo após mais de dois meses de negociação, que envolveu até a Justiça. À época, o sindicato exigia que fosse incluída a estabilidade de emprego no pacote do acordo.
No pedido de mediação da Justiça, a GM justificou que a suspensão de contratos seria para adequação da mão de obra à demanda do mercado e que a medida seria ‘urgente para não ter que tomar outras medidas’.
O impasse nas negociações foi ainda motivo de protesto entre os trabalhadores. Cerca de mil funcionários fizeram um abaixo-assinado pedindo que o sindicato apresentasse a proposta da empresa em assembleia para que eles decidissem – eles temiam demissões caso a suspensão temporária não fosse aceita. A entidade justificava que ainda estava em fase de tratativas sobre os moldes do layoff, por isso não tinha levado o assunto para assembleia.
Os trabalhadores incluídos na medida foram avisados por carta na última semana de maio. Os empregados vão passar por cursos de qualificação no Senai duas vezes por semana durante o período de layoff, além de receber os salários por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – sem prejuízo ao rendimento mensal.