A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou nesta semana o primeiro exercício de tiro aéreo com canhão do caça F-39E Gripen, uma nova etapa operacional considerada estratégica para o fortalecimento da defesa aérea do país. Os objetivos principais foram treinar os pilotos do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) em missões do tipo aéreo e aprimorar a doutrina de emprego do canhão da aeronave.
O exercício ocorreu na segunda-feira, dia 8, na Base Aérea de Santa Cruz (BASC) e é tratado pela FAB como um marco histórico no processo de modernização da defesa aérea. Antes do teste com o canhão, já haviam sido avaliadas a capacidade de emprego do míssil de longo alcance e a certificação do reabastecimento em voo com o KC-390 Millennium — operação em que, por meio de um sistema de mangueiras, o caça transfere combustível para outra aeronave ainda no ar.
Responsável pelo primeiro disparo, o tenente-coronel aviador Ramon Lincoln afirmou se sentir orgulhoso por poder participar do avanço na defesa aérea do país.
“Participar desse marco na evolução operacional da defesa aérea brasileira é motivo de orgulho. E não apenas para mim, mas para todos os pilotos do GDA. Tive a honra de realizar o primeiro tiro, mas esse sentimento é coletivo: envolve pilotos, mantenedores, técnicos, equipes de armamento… toda a cadeia que trabalha para deixar o sistema Gripen pronto para operar”, disse o oficial.
Durante o exercício, a aeronave também foi avaliada em condição de Alerta de Defesa Aérea, com simulação de acionamento até atingir o estado de prontidão, tempo de reposicionamento após a missão, recarga de munição e desempenho do Gripen na detecção de alvos típicos do contexto de defesa aérea brasileira.
Segundo o major aviador Felipe Braga Galvão de Souza, piloto do 1º GDA, o treinamento “fluiu com precisão e segurança”, e a combinação da plataforma Gripen com o armamento resultou em alta taxa de acertos, mesmo em perfis de voo considerados desafiadores.
“O treinamento fluiu com precisão e segurança, e o canhão Mauser BK-27 impressionou pela estabilidade e pela cadência de tiro. A combinação da plataforma Gripen com esse armamento oferece uma solução de tiro extremamente confiável, com alta taxa de acertos mesmo em perfis de voo desafiadores. Sem dúvida, um passo importante para a doutrina de Defesa Aérea”, afirmou.
O canhão Mauser BK-27, instalado no Gripen, é fabricado pela empresa alemã Rheinmetall. Tem calibre 27 mm, e sua munição pode ser traçante, explosiva, perfurante e otimizada para cenários reais de combate.
