O presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a outros líderes dos Brics ao comentar a proposta de cessar-fogo no conflito com a Ucrânia nesta quinta-feira (13/03).
Putin disse concordar com um acordo, mas afirmou que ainda quer discutir melhor os termos com Estados Unidos, autores da proposta.
Durante uma coletiva de imprensa ao lado do líder de Belarus, Alexander Lukashenko, Putin iniciou a resposta a uma das perguntas feitas pelos jornalistas no local agradecendo a Donald Trump “por dedicar tanta atenção à resolução na Ucrânia”.
Em seguida, o chefe de Estado russo também reconheceu o auxílio de alguns dos membros dos Brics, grupo de economias emergentes do qual o Brasil faz parte.
“Todos nós temos nossos próprios assuntos atuais, mas muitos líderes de países e o presidente da República Popular da China, o primeiro-ministro da Índia, os presidentes do Brasil e da África do Sul estão lidando com essa questão, dedicando muito tempo a ela”, disse.
“Somos gratos a todos eles por isso, porque esta atividade visa atingir uma missão nobre, a missão de acabar com as hostilidades e as perdas humanas.”
Uma proposta de paz anterior, elaborada conjuntamente por Brasil e China, foi impulsionada durante a reunião de cúpula dos Brics realizada em Kazan, na Rússia, em outubro do ano passado, mas nunca foi para frente.
O plano incluía, entre outras coisas, o comprometimento com a não expansão do campo de batalha e não escalada dos combates, um aumento da ajuda humanitária para as pessoas afetadas pela guerra em ambos os lados, e a realização de uma conferência internacional de paz com participação igualitária de todas as partes relevantes.
Na época em que foi anunciada, a proposta foi elogiada por Putin, mas rejeitada pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
“Não acredito que este seja um plano concreto, pois não vejo ações ou etapas específicas, mas apenas uma certa generalização de procedimentos”, disse Zelensky, que já tinha criticado a abordagem do presidente Lula em relação ao conflito.