Na agenda oficial do presidente, compromisso aparecia como despacho comum com os dois, que vão para as pastas de Esporte e de Portos e Aeroportos, além de Márcio França, que foi realocado para o novo Ministério de Micro e Pequena Empresa
O presidente Lula deu posse hoje aos novos ministros André Fufuca e Silvio Costa Filho, após costuras para dar espaço ao Centrão no governo, mas, diferentemente das outras posses, a desta quarta-feira (13) foi a portas fechadas. Na agenda oficial do presidente, o compromisso aparecia como um despacho comum com os dois novos ministros, além de Márcio França, que deixou Portos e Aeroportos e assume o novo Ministério de Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Nos bastidores, o clima não é bom. A saída de Ana Moser, do Esporte, não foi bem-recebida, e aliados criticam a saída de uma ministra mulher e técnica do governo. Além disso, Lula ainda não apareceu ao lado dos novos ministros. André Fufuca, que assume o Esporte, é apadrinhado de Arthur Lira, já fez duras críticas ao PT e votou a favor do impeachment da Dilma Rousseff.
Mais cedo, o presidente Lula postou no Twitter que a agenda está cheia de reuniões. Citou todos os encontros, exceto a posse.
A posse a portas fechadas é a primeira que acontece dessa forma nesse governo. Celso Sabino tomou posse como ministro do turismo em uma cerimônia lotada que contou com a presença de Lula, ministros e parlamentares. Lula repete a prática que era adotada com frequência no governo Bolsonaro.
Apesar disso, o líder do Republicanos, deputado Hugo Motta, que foi convidado para a posse, disse que cada situação tem sua particularidade. Silvio Costa Filho, do partido, assume o ministério de Portos e Aeroportos. Motta disse que apesar do espaço dado ao partido, a legenda continuará adotando postura de independência.
As nomeações já foram publicadas no Diário Oficial da União e as transmissões do cargo serão mais tarde, em cada ministério. Que não vão contar, por exemplo, com a presença de Ana Moser, que também teve a demissão oficializada nesta quarta.
Lula ainda assinou a MP de criação do ministério de empreendedorismo, que vai ser comandado por Márcio França. Ele é resultado de um desmembramento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, chefiado por Geraldo Alckmin.
Na agenda de Lula, ainda tem uma série de reuniões. Uma delas, às 15h, é com ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Trabalho, Luiz Marinho e a presidente da Caixa, Rita Serrano. Na pauta, o chamado saque-aniversário do FGTS. O governo quer permitir que os trabalhadores que fizeram esse saque possam retirar o dinheiro que resta no fundo em caso de demissão. Pelas regras atuais, quem aderiu ao saque anual deve esperar dois anos para poder sacar o restante mesmo se for demitido antes.
Proposta deve ser enviada ao Congresso, mas sofre resistência dos parlamentares. Isso porque pode haver uma quantidade desenfreada de saques – impacto previsto. Se isso for colocado em prática, é de R$ 14 bilhões ao FGTS.