Sob ameaças da vizinha Rússia, a Finlândia entra hoje oficialmente na Aliança do Tratado do Atlântico Norte, a Otan.
A adesão oficial acontecerá na tarde desta terça em uma cerimônia em Bruxelas com a presença de chanceleres dos países da aliança e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.
Com isso, o país nórdico fica automaticamente protegido por todos os membros da aliança militar ocidental, como os Estados Unidos, e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba. Ou seja, caso o território finlandês – que divide 1,3 quilômetro de fronteira com a Rússia – seja invadido, tropas da Otan automaticamente intervêm para defendê-lo.
O Kremlin já anunciou retalizações. Em declaração nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o governo russo “será forçado a tomar medidas para assegurar a segurança da Rússia” em resposta à entrada da Finlândia na Otan.
Ele chamou a decisão do país vizinho de uma “ameaça hostil” à segurança do território russo.
A entrada da Finlândia e da Suécia na Otan começou a ser debatida no ano passado, após a invasão da Rússia à Ucrânia. Os dois países, que adotavam o princípio da neutralidade – ou seja, não se posicionavam nem se envolviam em nenhum conflito internacional – decidiram que era hora de mudar de posição e se alinharam ao Ocidente ao lado da Ucrânia.
Na semana passada, o país ultrapassou o último obstáculo para conseguir adesão à aliança militar ocidental, quando o parlamento da Turquia aprovou a entrada da Finlândia – na Otan, o ingresso de um novo membro deve ser aprovado por unanimidade por todos os países que já integram a aliança.