A seleção de Camarões, adversária do Brasil nesta sexta-feira (2), é a menos badalada no Grupo G da Copa do Mundo, muito pelas dificuldades que teve antes do torneio.
A equipe se classificou para o Mundial em março deste ano, com um gol no último minuto da prorrogação contra a Argélia. Antes disso, ficou com o terceiro lugar na Copa Africana de Nações ao perder na semifinal para o Egito, que nem está no Catar.
Nas primeiras duas partidas na Copa, porém, a equipe camaronesa mostrou o que tem de bom e de ruim. Um time veloz, com força ofensiva, mas com problemas internos e falhas defensivas que podem tirá-la do Mundial neste jogo contra o Brasil.
Somou só um ponto nos duelos com os europeus da chave. Estreou com derrota por 1 a 0 para Suíça e, depois, buscou empate em 3 a 3 com a Sérvia após estar perdendo por 3 a 1.
Portanto, foram três gols marcados e quatro sofridos, saldo negativo de um. Para classificar, só vitória contra o Brasil interessa. Além disso, precisa secar os suíços. Não será fácil, mas quem sabe possa incomodar os reservas de Tite.
Pontos fortes de Camarões
A equipe africana tem como principal trunfo para tentar surpreender o Brasil sua força ofensiva. Do meio para o ataque, conta com jogadores de bom nível, como os meio-campistas Pierre Kunde (Olympiacos) e Frank Anguissa (Napoli), e os atacantes Toko-Ekambi (Lyon), Bryan Mbeumo (Brentford) e Choupo-Moting (Bayern de Munique). Há, ainda, o experiente Vincent Aboubakar (Al-Nassr), que entrou e mudou jogo contra Sérvia.
O principal jogador da seleção camaronesa é Choupo-Moting. O centroavante marcou 11 gols e deu três assistências em 16 jogos nesta temporada pelo Bayern. Foi, também, um dos artilheiros de Camarões nas Eliminatórias, com três gols.
A jogada mais usada pelo time, inclusive, é dos lançamentos em sua direção. Ele faz bem a parede, sempre à procura dos extremas que passam em velocidade pelos lados. Esse tipo de jogada precisa ser bloqueada pela Seleção Brasileira.
Justamente a transição rápida ao ataque é a outra valência da equipe camaronesa. Ekambi, do Lyon, é ponta veloz, habilidoso e bom finalizador. Foi autor do gol que valeu classificação de Camarões para a Copa, além de ter feito cinco gols na Copa Africana de Nações.
Costuma jogar aberto pela esquerda, onde provavelmente estará Daniel Alves no jogo desta sexta-feira. Portanto, é importante que o veterano lateral tenha suporte para conter os ataques rápidos no setor.
Pontos fracos para o Brasil explorar
Mas se o ataque é o ponto forte, a defesa deixa a desejar. Foram quatro gols sofridos em duas partidas. Mas o problema vem da Copa Africana e das Eliminatórias, quando a equipe levou 12 gols, somando as duas competições. Para piorar, o principal nome da defesa camaronesa foi cortado da Copa do Mundo por indisciplina: o goleiro André Onana, da Inter de Milão.
Além da falta de destaques individuais da defesa, a seleção camaronesa apresenta, por vezes, uma marcação passiva, dando espaços aos adversários para construírem. Com a velocidade e troca de posições do ataque brasileiro, pode ser um ponto importante a ser explorado pelo Brasil. Outro ponto é a deficiência da equipe na saída de bola. A Sérvia, inclusive, conseguiu roubar bolas no campo de ataque e gerar boas oportunidades.
Outra estratégia que foi utilizada pela seleção da Sérvia e pode ser reproduzida pelo Brasil é a desatenção às costas de Anguissa. O volante é uma das principais referências técnicas do time, mas comete erros de posicionamento e por não acompanhar os adversário até o fim das jogadas. Se os reservas de Tite conseguirem ficar atentos a estas carências no jogo camaronês, podem garantir o 100% de aproveitamento na fase de grupos da Copa do Catar