O Atlético-MG ainda está no mercado à procura de crédito para concluir a construção de seu estádio. A diretoria alvinegra busca a segunda rodada de investimentos, no valor de R$ 240 milhões, quantia necessária para cumprir o cronograma e encerrar o empreendimento em outubro.
O custo total do estádio superou a previsão inicial, dos R$ 410 milhões estimados no início do projeto, cinco anos atrás, para os atuais R$ 926 milhões. Apesar dos esforços de dirigentes e empresários para levantar recursos nesse meio tempo, falta dinheiro para a conclusão da obra.
A cópia do material confidencial entregue por representantes atleticanos a potenciais investidores. Nele, há detalhes sobre o orçamento da Arena MRV, o fluxo de caixa e a captação do novo crédito.
Esses R$ 240 milhões serão captados por meio da negociação de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Esses títulos de dívida estão lastreados nas receitas da própria arena, ou seja, a garantia de pagamento está na arrecadação dela por meio de cadeiras e camarotes.
Caso a operação seja bem-sucedida, será a segunda desta natureza. Em dezembro de 2021, o Atlético-MG obteve outros R$ 200 milhões por meio da comercialização desses certificados. Quem investe nesse tipo de título recebe o retorno sobre o investimento, com juros, ao longo dos anos.
Em ambas as emissões, existem prazos de carência. Ambos foram alinhados para que o estádio só comece a remunerar seu investidores a partir de outubro de 2023, meses depois do início da operação da Arena MRV, cuja inauguração está prevista para março do ano que vem.
O custo da obra
No material produzido para potenciais investidores, o Atlético-MG detalha o orçamento da Arena MRV, hoje estimado em R$ 926 milhões. A reportagem consultou pessoas próximas ao negócio para compreender a natureza de cada um dos números, resumidos do seguinte modo:
- R$ 639 milhões – Racional Engenharia
- R$ 150 milhões – Contrapartidas públicas
- R$ 43 milhões – Demais custos
- R$ 28 milhões – Autorização de Serviços Adicionais
- R$ 66 milhões – Tecnologia
Em relação ao estádio e sua estrutura, custos aumentaram por causa da inflação de materiais, como aço e concreto, e por mudanças no projeto arquitetônico. O estádio atleticano teria 41 mil lugares, por exemplo, capacidade posteriormente elevada para 46 mil.
Nas contrapartidas públicas, entram exigências feitas pela Prefeitura de Belo Horizonte em relação a vias de acesso, custos de licenciamentos e contribuições sociais e ambientais.
A Autorização para Serviços Adicionais diz respeito a itens que não puderam ser projetados com antecedência, como o local exato para a captação do esgoto, além de mudanças no projeto original.
No campo da tecnologia, os gastos também subiram. O escopo original previa a instalação de 100 câmeras de segurança, quantidade elevada para 300. Outro exemplo está na conectividade. Inicialmente, haveria 40 pontos de acesso para internet. O estádio deverá ser concluído com 900.