Empresas de tecnologia começaram a desenvolver serviços para evitar roubos via Pix, o chamado “seguro do Pix”. Entretanto, o Banco Central (BC) fez um alerta sobre a contratação deste tipo de serviço, que não traz nenhuma segurança e pode roubar dados dos usuários. Dados obtidos pela reportagem da Jovem Pan News, junto ao BC, revelam um salto nos golpes via Pix. De janeiro a junho de 2022, foram registrados 734.145 indícios de crimes com o mecanismo de pagamento instantâneo. Já em 2021 foram apenas 25.330 registros. O número significa uma alta de 2.818% em um ano. Em virtude do aumento deste tipo de golpe, empresas começaram a desenvolver aplicativos que inibem a ação dos bandidos antes que consigam fazer as transferências bancárias. Alan Morais, diretor da empresa EXA, afirma que o aplicativo de sua empresa preserva os dados pessoais das vítimas: “Quando contratam o serviço, baixam um aplicativo que fica instalado no seu dispositivo. Uma vez que você foi rouba e seu dispositivo foi levado, você pode pegar qualquer outro dispositivo no mundo, como o celular de um amigo ou computador, e por meio de um portal você passa a controlar remotamente aquele dispositivo que não está mais com você. Você consegue ver a localização dele em tempo real, disparar um alarme, apagar todo o conteúdo e bloquear a tela”.
Contudo, o Banco Central alerta que quando uma pessoa contrata o “seguro Pix” é preciso ter em mente que todos os dados pessoais estarão em posse da empresa de tecnologia que fornece o serviço. Também não é garantido que essa empresa vá ressarcir valores roubados, por exemplo. Isabela Vilhalba, especialista em Direito Digital, alertou para os riscos de contratar empresas desse tipo: “Primeiramente, é importante saber a procedência da empresa. Se é efetivamente uma seguradora, se tem os devidos registros perante a Susepe e receita para eventualmente ressarcir. Porque o consumidor, preocupado com a questão do Pix, pode contratar uma empresa sem boa reputação e acabar caindo em dois golpes”. Roubo e extorsão via Pix se tornaram comum nos últimos anos, por isso a especialista reitera o alerta do Banco Central para que os usuários esperem e pesquisem sobre as empresas que desenvolvem esse tipo de serviço: “É importante checar se a empresa tem uma política de privacidade, se ela é transparente sobre o uso dos dados, se existe um canal para tirar dúvidas. Tudo isso são indícios que avaliam de forma mais apropriada o serviço contratado”.