O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump entrou na Justiça nesta segunda-feira (22) para que o FBI seja temporariamente proibido de analisar os documentos apreendidos em sua mansão de Mar-a-Lago, na Flórida, em no dia 8 de agosto.
De acordo com o pedido dele, a proibição vai valer até que um árbitro seja nomeado para supervisionar o trabalho do FBI.
A moção judicial foi apresentada em um tribunal federal em West Palm Beach, na Flórida. O texto também exige que o Departamento de Justiça dos EUA forneça um inventário mais detalhado com os itens que o FBI apreendeu e pede para que itens que não estavam no escopo do mandado de busca sejam devolvidos.
“Não se pode permitir que a política afete a administração da justiça. O presidente Donald Trump é claramente o favorito nas primárias presidenciais republicanas de 2024 e nas eleições gerais de 2024, caso decida concorrer”, diz o documento.
Mais detalhes sobre o que foi apreendido
Trump também quer que o juiz obrigue o Departamento de Justiça (órgão equivalente ao Ministério de Justiça) a dar mais detalhes sobre o material apreendido.
Na última quinta-feira, o juiz Bruce Reinhart disse que estava inclinado a divulgar algumas das evidências apresentadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos para justificar sua busca na casa do ex-presidente.
Apesar das objeções do Departamento de Justiça, o juiz Bruce Reinhart disse acreditar que “há partes da declaração que podem ser abertas”, referindo-se à declaração juramentada que apresenta as evidências que justificaram uma causa provável para uma busca na casa de Trump.
Ele ordenou que o Departamento de Justiça divulgue uma versão editada do depoimento sob sigilo até o meio-dia da próxima quinta-feira, mas disse que o Departamento de Justiça terá a oportunidade de recorrer caso os promotores não concordem com sua versão proposta.
A ordem de Reinhart parecia marcar uma vitória para os meios de comunicação, que compareceram ao tribunal federal em West Palm Beach na quinta-feira para persuadir o magistrado de que o interesse público no depoimento supera os benefícios de mantê-lo sob sigilo.
O Departamento de Justiça se opõe à divulgação das provas.
Jay Bratt, chefe da seção de contrainteligência e controle de exportação do Departamento, disse ao juiz nesta quinta-feira que divulgar a declaração não é de interesse público porque pode prejudicar a investigação em andamento.
“Há outro interesse público em jogo e esse é o interesse público de que as investigações criminais possam avançar sem impedimentos”, disse.
Trump pode ter levado documentos proibidos para casa
A busca fez parte de uma investigação federal sobre se Trump removeu ilegalmente documentos quando deixou o cargo em janeiro de 2021, depois de perder a eleição presidencial para o democrata Joe Biden.
O Departamento de Justiça está investigando violações de três leis, incluindo uma disposição da Lei de Espionagem que proíbe a posse de informações de defesa nacional e outra lei que considera crime destruir, ocultar ou falsificar registros com a intenção de obstruir uma investigação.