A polêmica faixa exibida pelos jogadores do Botafogo no clássico com o Flamengo, neste domingo, no Maracanã, não foi um ato isolado do grupo alvinegro. Desde o ano passado, é através de protestos criativos que o elenco tem demonstrado sua insatisfação com os constantes salários atrasados.
Em março, ainda em meio a disputa da Copa Libertadores, os atletas atrasaram um treinamento por cerca de meia hora e, em seguida, ficaram por oito minutos sentados no gramado do campo anexo do Engenhão para demonstrar o incômodo com a situação que, na ocasião, beirava os dois meses de dívida. No mesmo mês, os jogadores decidiram por não treinar numa atividade que estava marcada para um domingo.
Durante a Copa do Mundo, o grupo se negou a viajar para a Paraíba, onde tinha um amistoso marcado com o xará local, por conta do problema.
Outra forma de amenizar o fato tem sido, vez por outra, abolir a concentração e se apresentar somente no horário do almoço do dia dos jogos.
As ações são orquestradas geralmente pelos líderes do elenco, como o goleiro Jéfferson e o zagueiro Bolívar.
Presidente do Botafogo, Maurício Assumpção acusa a asfixia financeira do Governo para argumentar sobre os atrasos salariais. Atualmente, o Alvinegro tem suas receitas 100% bloqueadas por conta de uma dívida de cerca de R$ 700 milhões.
Na semana passada, o dirigente, acompanhado de outros cartolas, se reuniu com a presidente do Brasil, Dilma Roussef, e relatou o problema que vem enfrentando. Na ocasião, ele chegou a levantar a possibilidade de abandonar o Campeonato Brasileiro por correr o risco de não conseguir manter o time.
Atualmente, os jogadores alvinegros alegam uma dívida de cinco meses de direito de imagem e três meses na carteira de trabalho, além de FGTS. Tal situação permite, inclusive, que atletas procurem a Justiça para se desligar do clube. Até o momento, porém, ninguém tomou este caminho.
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