Um voo da Air Algerie caiu nesta quinta-feira quando seguia de Ugadugu, em Burkina Fasso, no oeste da África, para Argel, com 110 passageiros e 6 tripulantes a bordo, confirmou uma autoridade da aviação da Argélia.
A companhia aérea privada espanhola Swiftair, dona do avião, que era operado pela Air Algerie, confirmou ter perdido contato com a aeronave, um McDonnell Douglas MD-83.
Há poucas indicações do que pode ter ocorrido com a aeronave, ou se há vítimas, mas o ministro dos Transportes de Burkina Fasso, Jean Bertin Ouedrago, disse que o avião pediu para mudar de rota às 22h38 (horário de Brasília) por causa de uma tempestade na área.
“Posso confirmar que caiu”, disse à Reuters um alto funcionário argelino que não quis identificar-se ou dar detalhes sobre o que havia ocorrido ao avião em seu trajeto para o norte. Quase metade dos passageiros tinha cidadania francesa, segundo um funcionário da companhia aérea argelina.
Um porta-voz do Exército da França informou que dois jatos franceses que têm base na região foram enviados para tentar localizar o avião ao longo de sua provável rota.
A agência de notícias estatal argelina APS disse que as autoridades locais perderam contato com o voo AH 5017 uma hora depois de ele decolar de Burkina Fasso, embora outras autoridades tenham dado informações diferentes sobre o momento do desaparecimento, o que aumentou a confusão sobre o destino do avião e onde ele poderia estar.
Um diplomata em Bamako, capital do Mali, afirmou que uma forte tempestade de areia se abateu durante a noite sobre o norte malinês, que fica na rota de voo do avião.
Qualquer que seja a causa, um outro desastre na aviação provavelmente vai elevar o nervosismo no setor, já que um avião da Malaysia Airlines foi derrubado sobre a Ucrânia na semana passada e um outro, da TransAsia Airways, caiu durante uma tempestade na quarta-feira em Taiwan. Além disso, várias companhias aéreas cancelaram voos para Tel Aviv por causa do conflito na Faixa de Gaza.
O representante da Air Algerie em Burkina Fasso, Kara Terki, disse em entrevista à imprensa que todos os passageiros do avião estavam em trânsito, para a Europa, Oriente Médio ou Canadá. Terki informou que a lista de passageiros inclui 50 franceses, 24 burquinenses, oito libaneses, quatro argelinos, dois luxemburgueses, um belga, um suíço, um nigeriano, um camaronês, um ucraniano e um romeno. Ele não especificou as nacionalidades dos demais.
No entanto, um porta-voz da entidade que congrega pilotos da Espanha, a Sepla, disse que os seis tripulantes eram espanhóis, mas não deu mais detalhes.
BUSCA REGIONAL
A Swiftair informou em seu website que o avião decolou de Burkina Fasso à 22h17 e deveria chegar a Argel às 2h10 (horários de Brasília).
Em meio à confusão sobre o momento do desaparecimento, uma autoridade da aviação civil argelina informou que o último contato com o avião foi às 22h55, quando sobrevoava a cidade de Gao, no Mali. Mas autoridades da aviação em Burkina Fasso afirmaram ter passado o controle do avião para a torre de Niamey, no Níger, às 22h38. Elas disseram ter perdido o contato com a aeronave logo depois das 0h30.
O ministro Ouedrago, de Burkina Fasso, disse que o avião pediu à torre de controle em Niamey para mudar de rota às 22h38 por causa de uma tempestade no deserto do Saara. No entanto, uma fonte na torre de controle de Niamey, que não quis ser identificada, disse que eles não foram contatados pelo avião, que deveria, conforme o previsto, ter sobrevoado o Mali.
O diretor da Agência Nacional da Aviação Civil do Mali, Issa Saly Maiga, informou que uma operação de busca do avião estava em andamento.
“Nós não sabemos se o avião está em território malinês”, disse ele à Reuters. “Autoridades da aviação estão sendo mobilizadas em todos os países relacionados ao caso: Burkina Fasso, Mali, Níger, Argélia e mesmo a Espanha.”
Websites do setor da aviação informam que a aeronave desaparecida, um dos quatro MD-83 da Swiftair, tinha 18 anos de idade. Os dois motores do avião são de fabricação da Pratt & Whitney, uma unidade da United Technologies.
A norte-americana McDonnell Douglas, agora pertencente à Boeing, parou de produzir a família dos MD-80 em 1999, mas a aeronave continua sendo muito usada.
De acordo com a consultoria britânica Flightglobal Ascend, há 482 MD-80 em operação, boa parte nos Estados Unidos.