O jogo Fortnite, que reúne online milhões de fãs ao redor do mundo, não está mais acessível na China, confirmaram jogadores nesta segunda-feira (15), após o término do prazo de validade estabelecido pela editora.
A Epic Games anunciou no início deste mês que encerraria a versão do Fortnite para a China, onde conteúdo violento, obsceno ou politicamente sensível é estritamente regulamentado.
Em setembro, as autoridades disseram que pretendiam conter o vício em jogos na China reduzindo o tempo que os menores passam online e ordenaram que os gamers usassem uma carteira de identidade ao se registrar. A mudança foi um duro golpe para a capacidade das empresas de obter lucro no país e fez com que os preços de suas ações despencassem.
Com isso, a empresa encerra um teste da versão do Fortnite criada especificamente para o mercado chinês. No jogo, os usuários interagem online em um ambiente hostil. Embora atuem em grupo, o objetivo é ser o último sobrevivente.
O download é gratuito, mas gera bilhões de dólares de receita com compras de elementos extras aos personagens. É um dos jogos mais populares do mundo, com mais de 350 milhões de usuários, mais que a população dos Estados Unidos.
Lançado em 2017, o Fortnite se tornou rapidamente um fenômeno global, com algumas partidas sendo assistidas ao vivo por milhões de internautas. A Epic Games realiza cada vez mais colaborações com celebridades, como a cantora americana Ariana Grande e o jogador de futebol Neymar.
Saída de empresas de tecnologia
A Epic Games se junta em uma lista de grupos internacionais a deixar definitivamente o mercado chinês.
Desde o dia 1º de novembro, os serviços do Yahoo “não estão mais disponíveis na China continental”. A empresa lançou seu motor de buscas no país em 1999, apostando no crescimento de um grande mercado emergente na época em que a internet começava a se desenvolver na China.
Atualmente, o gigante asiático é um dos países mais conectados do mundo com empresas locais particularmente dinâmicas e inovadoras.
No mês passado, a rede social profissional LinkedIn, da Microsoft, também anunciou sua saída da China devido a um “ambiente difícil”.
Em nome da “estabilidade”, as autoridades chinesas removem da rede temas politicamente sensíveis e exigem aos gigantes da Internet que bloqueiem conteúdo indesejado.
Recusando-se a cumprir as exigências de Pequim, as redes sociais americanas Facebook, Twitter, Instagram e YouTube, a enciclopédia participativa Wikipedia, assim como várias mídias estrangeiras, são totalmente bloqueadas no país por uma “grande muralha informática” erguida pelos censores do regime chinês.
Pequim impôs regulamentações severas a vários setores como parte de um esforço para aumentar seu controle sobre a economia, com as empresas de tecnologia sendo as mais atingidas.