Se há um país que sofreu mais que os demais com o adiamento da Eurocopa, foi a Itália. Um ano mais de espera. De ansiedade por ver a Azzurra de volta a um grande torneio. Cinco anos sem jogar uma competição de peso é muito para uma seleção tetracampeã mundial. Mas essa agonia acaba nesta sexta. Diante da Turquia, os italianos vão abrir a maior Euro de todos os tempos.
Turquia e Itália estão no Grupo A, que tem também Suíça e País de Gales. A Eurocopa 2020 começa em junho de 2021 e você sabe por quê. A pandemia do novo coronavírus adiou os planos da Uefa de fazer uma grande festa do futebol em 12 países do continente. Mas o torneio vai acontecer. Agora, em 11 nações – a Irlanda ficou fora.
Todos os jogos terão público. Em alguns países, as restrições são maiores. Munique é a sede que vai receber menos torcedores: 14,5 mil. Budapeste, na Hungria, vai ter lotação máxima e pode contar até com 61 mil pessoas por jogo. O palco da estreia, Roma, vai contar com 16 mil torcedores.
A Itália ficou fora da Copa do Mundo de 2018 e se viu longe de um grande torneio pela primeira vez em 60 anos. Por isso, a Euro tem um sabor diferente para a Azzurra. O capitão Chiellini admitiu que a dor por ter ficado fora do Mundial acompanha a seleção.
– Nossa vontade é de vingar aquela derrota de Milão, de novamente sermos protagonistas em um grande torneio. Aquela derrota (para a Suécia, na repescagem da Copa) permanece dentro e jamais poderemos cancelar. Transformamos essa desilusão em empolgação. É muita vontade de fazer bem. E não vemos isso só entre nós, mas entre amigos, pessoas. Todos estão fazendo crescer este sentimento em toda Itália. Não vemos a hora de ir a campo e viver estas emoções todos juntos – comentou o experiente zagueiro da Juventus.
Os italianos estão esperançosos com o desempenho da equipe desde que o técnico Roberto Mancini assumiu o time. São 27 jogos sem perder. A caminhada rumo à Euro foi perfeita, com 10 vitórias em 10 jogos. O time está entre os quatro finalistas da Liga das Nações. E venceu as três primeiras rodadas das eliminatórias para a Copa.
Embora seja tetracampeã mundial, a Itália não tem o mesmo protagonismo na Euro. Foi campeã em 1968, seu único título, e vice duas vezes: em 2000, para a França, e em 2012, para a Espanha.
A Turquia é uma das seleções que podem surpreender. Fez campanha sólida nas eliminatórias para a Euro e venceu até a França em 2019. Neste ano, bateu a Holanda por 4 a 2 e passou pela Noruega de Haaland por 3 a 0 no início das eliminatórias da Copa.
O time é comandado por Senol Günes, que levou a equipe às semifinais da Copa do Mundo em 2002. E conta com os gols do veterano artilheiro Burak Yilmaz, de 35 anos, principal nome do campeão francês Lille. Günes cita sua experiência na Copa da Coreia e do Japão sempre que pode para motivar os turcos.