A reunião feita na tarde desta terça-feira (12) entre o Sindicato dos Metalúrgicos, Prefeitura de Taubaté e Governo de São Paulo sobre o encerramento de atividades da Ford na cidade, e as 830 demissões geradas a partir da medida, terminou com uma lista de possibilidades que vão da qualificação dos demitidos à tentativa de negociação com a montadora sobre os termos das demissões.
O encontro teve a participação dos secretários de desenvolvimento regional, Marco Vinholi, e econômico, Patrícia Ellen da Silva, além do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Cláudio Batista, e do prefeito de Taubaté, José Saud.
Segundo o sindicato, a entidade expôs a falta de aviso prévio com que as demissões foram anunciadas e reforçou que se posiciona para que as demissões não sejam efetivadas, já que haveria estabilidade até o fim do ano.
De acordo com a entidade, o estado deve tentar intermediar uma reunião com representantes da montadora.
A Prefeitura de Taubaté informou que na reunião o Governo de SP informou que há tratativas com duas empresas interessadas em comprar o espaço que pertence à Ford e que devem visitar a planta nas próximas semanas.
O Governo do Estado informou que o encontro foi para ouvir as demandas e identificar soluções para a situação dos funcionários da fábrica da Ford.
“Está programada uma visita de campo da Invest SP junto com o prefeito de Taubaté para tratar de potências na região. Além disso, será feita a reavaliação do plano de impulsionamento econômico regional de Taubaté, avaliando outras oportunidades de investimento e de fomento econômico. Este planejamento será realizado nas próximas semanas”, diz trecho da nota enviada pelo governo estadual.
A Prefeitura informou ainda que vai acionar o governo federal para encontrar alternativas. O Sindicato dos Metalúrgicos convocou uma assembleia na manhã desta quarta-feira em frente da Câmara de Taubaté.
Fim das operações
Serão fechadas as fábricas em Taubaté, em Camaçari (BA) e em Horizonte (CE). No país, serão mantidos apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo.
Em comunicado, a marca disse que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
Reações
Um grupo de funcionários da Ford faz vigília em frente à fábrica em Taubaté após a decisão da montadora em encerrar a produção no Brasil.
A mobilização dos funcionários nas portarias da fábrica tem como objetivo tentar impedir uma possível saída de maquinário e peças da unidade. Um grupo de trabalhadores está mobilizado desde a noite de segunda-feira no local.
Em assembleia nesta terça-feira (12), o sindicato definiu mobilizações com funcionários em reação ao fechamento da empresa. A categoria vai cobrar o cumprimento de um acordo que prevê a estabilidade dos empregos até o fim deste ano.
Foto: Cláudia César/ Arquivo pessoal