O velório de Diego Maradona na Casa Rosada nesta quinta-feira tem gerado polêmica enquanto a Argentina, oficialmente, ainda está de quarentena. Embora unido pelo luto do maior ídolo da história do país, o povo se divide quanto à atitude de o governo abrir a cerimônia para receber até 1 milhão de pessoas, principalmente em razão das duras restrições para a circulação dentro do país.
Enquanto as aulas estão suspensas e o uso de transporte público é exclusivo para quem presta serviços essenciais, um dos maiores símbolos da nação Argentina está de portas abertas.
– Conheço gente que não conseguiu velar um parente porque não podemos circular dentro do próprio país, mas estão permitindo que milhares se tumultuem na Casa Rosada. É um desastre. – disse o funcionário de um estabelecimento próximo.
Por outro lado, os argentinos que dormiram na rua para poder se despedir de Diego não demonstram preocupação com os protocolos de saúde:
– Estamos seguros perto de Deus – declarou um fã.
Os primeiros minutos após a abertura do velório foram de confusão entre os primeiros da fila e a polícia, mas durante a manhã a espera estava tranquila, durando em torno de 1h30. Antes de entrar na Casa Rosada são distribuídas máscaras, álcool gel e água, além de haver um controle de temperatura. Dentro do local não é permitido filmar ou tirar fotos em respeito à família.
Nos arredores da fila e da Casa Rosada, pessoas vendiam máscaras, camisas e fotos com o rosto ou nome de Maradona, mas principalmente bandeiras e artigos com as cores da Argentina.
– É uma loucura se pensarmos em tudo que passamos nos últimos meses, mas não podemos nos despedir de Diego pela televisão. Estamos falando da única pessoa que foi capaz de unir todos os 40 milhões de argentinos em toda a história do país – disse um dos milhares que esperavam sob o sol.