O Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil cumpriram 40 mandados de busca e apreensão em São José dos Campos nesta terça-feira (28). A ‘Operação Dublê’ apura o envolvimento de policiais civis e funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) em roubos e furtos de veículos para revenda na região. Dois policiais foram afastados a pedido do MP. O Detran informou que atua em conjunto com o MP e Corregedoria da Polícia Civil (veja mais abaixo).
A investigação começou em março de 2017 quando a Polícia Militar estourou um galpão com veículos adulterados na zona sul de São José dos Campos. No local, foram encontrados mais de trinta veículos adulterados, entre também havia guinchos, tratores, carrocerias e um jet ski.
No local, a polícia ainda apreendeu quatro contêineres com peças de veículos e produtos sem registro. Em um deles, havia uma placa com nome e CPF de um delegado da Polícia Civil. À época, ele alegou que alugou o espaço sem saber das irregularidades para guardar equipamentos que seriam usados para a abertura de um restaurante quando se aposentasse. Após a apreensão, ele chegou a ser afastado em licença-prêmio.
Após a ocorrência, a Corregedoria da Polícia Civil e o Ministério Público passaram a apurar o caso e encontraram indícios que apontam a existência de uma organização criminosa especializada em furtos e roubos de veículos, adulteração e revenda em lojas especializadas. O grupo conta com policiais civis e empresários atuantes na cidade de São José dos Campos.
No esquema, o grupo roubava ou furtava os veículos e contava com a participação de funcionários do Detran e de empresas de vistoria que emitiam falsos laudos dos veículos e adulteravam seus registros no sistema estadual – alterando inclusive as características do veículo.
Nesta terça, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão; não há informações de presos. A Justiça de São José dos Campos determinou o afastamento cautelar de dois policiais civis e uma auxiliar administrativa ligada ao Governo do Estado de São Paulo.
Por nota, o Detran informou que desde 2017 atua em conjunto com o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil na investigação do caso e que acompanha as equipes nesta manhã.
fonte/G1