Cerca de 160 mil homens devem ser mobilizados pelas forças de segurança durante a Copa do Mundo. O principal desafio de militares e policiais é garantir a tranquilidade dos turistas em áreas distantes dos estádios.
A estimativa de pessoal é dos ministérios da Justiça e da Defesa. A segurança da Copa envolve a participação de diferentes órgãos dos doze Estados que sediarão as partidas e do governo federal.
O controle das operações deve ser feito nos CICC (Centros Integrados de Comando e Controle), da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, ligada ao Ministério da Justiça. O principal deles fica em Brasília — os demais são caminhões com equipamentos de comunicação enviados às cidades-sedes.
A Polícia Federal terá ainda uma central de controle internacional, onde devem ficar representantes das polícias dos países que disputarão a Copa. Os agentes internacionais não têm poder de polícia no País, mas poderão andar uniformizados.
Ex-secretário Nacional de Segurança Pública, o coronel José Vicente da Silva afirma que as maiores dificuldades devem ocorrer em Estados com sistema de comunicação mais antigos e pouco integrado.
— Fortaleza, por exemplo, tem uma central de emergência que une Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros e Defesa Civil. Mas há Estados que estão bem longe disso.
O coronel afirma também que os Estados com pequeno efetivo policial ou cujas capitais ficam próximas de fronteiras também podem ter maiores problemas.
— No caso de grandes crises, o Exército vai atuar. A diferença entre os Estados acontece no dia a dia da segurança pública, nos eventos mais pontuais. A Força Nacional tem um efetivo pequeno e não consegue suprir a necessidade de Estados com tropas mais reduzida ou menos preparadas. A questão da proximidade com as fronteiras também pode complicar a situação de algumas sedes. Essas cidades tendem a receber mais turistas, por vias terrestres. Não apenas aqueles que têm ingresso, mas gente que vem ver os jogos em telões, por exemplo. O que dificulta a segurança longe dos estádios.
Dentro dos estádios:
Dentro dos estádios, os policiais são devem atuar em casos pontuais. Conforme exigência da Fifa, a segurança ficará inicialmente a cargo de empresa privadas. O ex-secretário Nacional de Segurança acredita que esse possa ser um legado da Copa.
— Esses seguranças foram treinados pelas polícias. Eles vão monitorar a situação e, em caso de necessidade, acionar policiais ou bombeiros. Pode se tornar uma nova forma de garantir a segurança nos estádios brasileiros.
Caças e Drones:
Só as Forças Armadas devem ter 57 mil homens empenhados na segurança da Copa. Próximo aos estádios, caças estarão de prontidão para atuar em caso de invasão do espaço aéreo. Drones (aviões não tripulados) também devem fazer o monitoramento dos arredores dos locais das partidas.
Como ocorreu em eventos como a Rio+20, em 2012, e a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, serão adotadas três regiões aéreas: a reservada (branca), a estrita (amarela) e a proibida (vermelha).
De acordo com o Ministério da Defesa, na área reservada (branca), que abrange o aeroporto da cidade-sede, poderão voar todas as aeronaves que têm plano de voo e código transponder ligado, ou seja, todos os aviões identificados. Na restrita (amarela) não poderão entrar as aeronaves da aviação geral e táxi aéreo. Já na proibida (vermelha), só poderão entrar aeronaves de segurança e de captação de imagens previamente autorizadas.
No alto de prédios próximos de estádios, militares também devem fazer monitoramento da região. No Rio de Janeiro, por exemplo, serão cerca de 100 homens empenhados nessa função. Os condomínios escolhidos foram notificados pelas Forças Armadas.