m Avellaneda, o Grêmio empatou com o Independiente em 1 a 1 depois de jogar 60 minutos com um atleta a mais em campo. Na noite dessa quarta-feira, em Porto Alegre, a equipe de Renato Gaúcho voltou a ter vantagem numérica e por causa de uma expulsão com interferência do árbitro de vídeo, mas, novamente não conseguiu a vitória no tempo regulamentar. Não foi no tempo normal, não foi na prorrogação, mas foi nos pênaltis. Marcelo Grohe defendeu a última cobrança dos argentinos, que coube a Benítez, e deu a vitória por 5 a 4 ao time tricolor gaúcho depois do persistente 0 a 0.
Se o Grêmio começou mal a temporada e é lanterna no Campeonato Estadual, quem sabe as coisas não mudam a partir de mais um título. É o Grêmio campeão da Copa do Brasil em 2016, campeão da Copa Libertadores em 2017 e agora campeão da Recopa Sul-Americana em 2018, de novo em cima do Independiente, como em 1996.
Diferente do confronto da semana passada, dessa vez o Grêmio mostrou o ímpeto de mandante e partiu para o abafa desde o apito inicial. Não demorou e a primeira grande oportunidade de gol já aconteceu aos sete minutos. Everton saiu cara a cara com o gol, driblou o goleiro Campaña e bateu para as redes, mas Amorabieta salvou em cima da linha.
O lance era o retrato do que viria pela frente. Muito sufoco e drama. O Grêmio pressionava, tinha mais posse de bola e criava chances perigosas. O Independiente, então, percebendo que nem mesmo sua retranca estava funcionando, partiu para a velha catimba argentina.
Os jogadores do Rei de Copas passaram a praticar a famosa “cera” a todo momento. Além disso, todo lance de disputa de bola era desculpa para muita pressão e discussão com a arbitragem. Em pouco tempo, o clima esquentou e o árbitro começou a distribuir cartões amarelos. Foram seis ao todo só na primeira etapa.
Neste cenário, as equipes viveram um dèjá vu pouco antes do intervalo. Assim como no duelo na Argentina, o árbitro de vídeo voltou a trabalhar na final da Recopa. Dessa vez para analisar uma solada do zagueiro Fernando Amorebieta em cima de Luan, que ficou com a marca das travas nas costelas.
Depois de ser chamado pelo VAR uruguaio Andrés Cunha, o árbitro paraguaio Enrique Cáceres assistiu ao lance novamente e rapidamente concluiu que o argentino agrediu Luan. Amorebieta foi expulso de forma direta, assim como aconteceu com o centroavante Emmanuel Gigliotti no duelo de ida, também pouco antes do intervalo.
E se o Grêmio não soube usar a vantagem numérica jogando em Avellaneda, não foi diferente nessa quarta, em Porto Alegre. Com exceção a uma grande chance de Everton, que culminou na defesa de Campaña, o time de Renato Gaúcho teve muita dificuldade em criar oportunidades e parou na forte defesa argentina, que conseguiu levar a decisão à prorrogação.
Mesmo com um jogador a menos, desgastado e fora de casa, o Independiente jogou com muita sabedoria e encarou o Grêmio de igual para igual no tempo extra. É verdade que Jael chegou a cabecear uma bola no travessão, mas Romero também teve uma chance incrível, de dentro da pequena área, e furou na hora “H”.
O problema é que o árbitro Enrique Cáceres não teve coragem de dar um pênalti claro para o Grêmio em jogada que Jael foi empurrado nas costas ao saltar para escorar cruzamento à área. Apesar de toda a reclamação, não teve jeito. O jogo seguiu.
O segundo tempo da prorrogação mostrou que o fato do Independiente estar em meio de temporada acabou sendo fundamental para a equipe argentina suportar o cansaço diante do Grêmio, que apesar de ter um jogador a mais por tanto tempo, não conseguiu se sobressair na parte física, já que seus principais jogadores voltaram da pré-temporada há apenas um mês.
Dessa forma, com direito a uma defesaça de Campaña em cobrança de falta de Jael que contou com desvio na barreira, os visitantes não sofreram mais do que esperavam. Melhor, por pouco não conseguiram um gol heroico em cobrança de escanteio. Meza cabeceou livre e viu a bola raspar a trave de Grohe, que já estava batido. Assim, os argentinos levaram tudo para os pênaltis, onde aí sim a disputa voltaria a ficar de igual para igual.
Foto: Reuters