Em meio a pontos turísticos de Manaus, as ruas enfeitadas para a Copa do Mundo já viraram uma atração a parte. Com a expectativa de atrair turistas durante o Mundial, moradores da Rua 3, do Alvorada 1, foram detalhistas na hora de ornamentar a via: além da tradicional cobertura de fitas, a pintura da Arena da Amazônia no asfalto chama a atenção de quem passa nos arredores. Para a ornamentação, o grupo arrecadou mais de R$ 60 mil. A rua, que é vizinha ao estádio da Copa, foi aberta ao público nesta sexta-feira (6), às 18h.
A decoração é imponente. Quem chega a Manaus de avião logo pode ver um caminho colorido, que se estende por um quilômetro. De carro, a rua também pode ser identificada ao chegar na avenida principal do bairro.
A riqueza nos detalhes do trabalho feito pelos moradores já chegou até a Granja Comary, a casa da seleção durante a Copa do Mundo, fato considerado uma das maiores alegrias pelos moradores. Nesta semana, o zagueiro Dante Bonfim, camisa 13 da seleção, compartilhou na sua página oficial do Facebook uma foto da Rua 3, destacando animação e contagem regressiva para o início do Mundial. A imagem é do fotógrafo Tácio Melo, da Prefeitura de Manaus.
Localizada na Zona Centro-Oeste da cidade, a rua começou a ser enfeitada no dia 18 de abril. A primeira fase da ornamentação foi amarrar as fitas às linhas. Entretanto, a organização começou bem antes, segundo contou o morador Everton Vieira, de 32 anos. “Primeiro a gente teve que formar uma comissão. Fomos de casa em casa pedir a colaboração de cada morador pra poder comprar as linhas, as bandeirinhas, o material todo. A princípio pedimos R$ 50, mas depois que o pessoal via o trabalho e acabava colaborando com mais”, disse, ao afirmar que realizou diversos bingos no bairro para arrecadar fundos.
Everton relatou que o ritmo de trabalho foi frenético desde o início da ornamentação. Com direito a apenas quatro horas de sono por dia, ele afirmou que as olheiras valeram a pena. “No começo a gente começava as 7h e terminava às 13h, e depois de um tempo apertamos o horário das 8h até às 4h da manhã, sem pausas. Tinham vezes que a gente nem comia. No dia 1º de maio a gente terminou de suspender as fitas e começamos a pintar o asfalto. O cansaço vale a pena quando a gente olha pra isso aqui”, completou.
Suspensas sob a rua, as fitinhas formam diversos desenhos, da bandeira do Brasil ao mascote da Copa, Fuleco. O personagem, conforme Everton, deu “dor de cabeça” à equipe de ornamentação ao ser destruído por um temporal no mês passado. Reconstruído duas vezes, o Fuleco de bandeirolas demorou cerca de duas semanas de dedicação intensa para ser finalizado.
De acordo com o artista plástico Aldrim Castro, de 23 anos, o objetivo é que a rua se torne um ponto “obrigatório” de visitação turística durante a Copa. “Por aqui já passou muita gente de fora. Turistas de São Paulo, Rio de Janeiro e até do Japão já pararam aqui só pra tirar foto em cima das pinturas, com as bandeiras. Eles nos parabenizaram, ficam admirados”, contou.