No esquema de Roger Machado, 4-2-3-1, Lucas Lima, Moisés e Dudu serão titulares, formando o trio que atuará à frente de Felipe Melo e Tchê Tchê. Na frente, Borja.
No banco, Guerra, Allione e Hyoran.
Mas, depois de duas negativas ‘estratégicas’, Alexandre Mattos voltou, neste final de semana, a tentar a contratação de Gustavo Scarpa. Ele entrou em contato com Bruno Paiva e Marcelo Goldfarb, empresários do meia.
Roger Machado faz como qualquer treinador no país. Mesmo sem a necessidade premente de mais um meia, ele deixa as portas escancaradas do Palestra Itália ao talentoso jogador que se desligou do Fluminense na Justiça.
O sim de Roger foi apenas o incentivo final para Mattos mostrar sua voracidade em relação à contratação. O executivo jamais assumirá em voz alta, mas sua filosofia, tendo o respaldo bilionário da Crefisa e a confiança ilimitada de Maurício Galiotte, lembra a do velho técnico Vanderlei Luxemburgo, quando tinha o dinheiro da Parmalat.
“Muitas vezes, você nem precisa do jogador. Mas sabe que ele pode ser peça importante para o rival, em uma competição importante. Então, você vai lá e contrata. Mais para o time adversário não ter. Quem pode, pode. Faz parte do jogo”, repetia o técnico, no seu auge, na década de 90.
E o que valia há quase 30 anos, continua válido agora.
Alexandre Mattos sabe que o Corinthians, o São Paulo, Atlético Mineiro, Benfica e, discretamente,o Grêmio têm interesse no meia de 24 anos. De forma pragmática, o executivo sabe que corintianos e gremistas estarão lutando pelo maior desejo palmeirense em 2018: a Libertadores.
Renato Gaúcho e Fábio Carille soltariam rojões se Scarpa desembarcasse em Porto Alegre ou Itaquera. Seria, com certeza, peça fundamental na equipe, titular absoluto em qualquer dos dois times. Seria bom para o Palmeiras? Não.
O Palestra Itália talvez fosse o único lugar onde Gustavo Scarpa não chegasse como titular. Canhoto e com preferência por atuar no mesmo espaço ocupado por Lucas Lima, seria necessária uma adaptação. E enfrentar uma situação inusitada. O jogador é titular e estrela mimada do Fluminense, desde 2015, quando voltou de empréstimo ao Red Bull.
Roger Machado é um técnico novo. Há três anos exerce o cargo. E tanto no Grêmio como no Atlético Mineiro, acabou perdendo o emprego por situações parecidas. O time não conseguia reagir e também por indefinições sobre jogadores titulares. Havia sério descontentamento entre os reservas, que acabou travando seu trabalho. De acordo com setoristas gaúchos e mineiros, ele não soube conduzir elencos grandes.
Cuca, treinador campeão brasileiro de 2016, teve sérias dificuldades para lidar com o excesso de bons jogadores palmeirenses em 2017. O ambiente ficou péssimo. Que culminou com sua demissão.
Mattos já fez contratações sem precisar de opinião de treinadores. Desde 2016, ele tenta Gustavo Scarpa. O executivo não costuma desistir de jogadores que considera acima de qualquer negativa. Como é o caso do meia.
A definição sobre a negociação deverá sair nestes próximos dias, talvez nas próximas horas. Se houver um leilão, puro e simples, no país, o Palmeiras não teria adversário. Só o Benfica teria condições de encarar o clube com o patrocínio da Crefisa. Mas seria negócio ir para a equipe portuguesa, que é uma força média na Europa, mero trampolim para as grandes equipes?
O Fluminense ainde promete recorrer na justiça para recuperar os direitos de Scarpa. Mas a situação é dificílima. Mattos sabe disso. Por isso, voltou de vez para a disputa do jogador.
E mais: se o executivo contratar Scarpa, promete que continuará negociando com Ricardo Goulart, que segue querendo deixar o Guangzhou Evergrande. Não quer seguir mais um ano na China.
Roger Machado que se prepare.
A voracidade de Mattos não tem limites…
(foto/ Fluminense)