O Ministério Público (MP) e a Polícia Militar cumpriram, na manhã desta quinta-feira (30), 33 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em sete municípios do estado de São Paulo. A investigação apura desvio de recursos públicos da área da saúde. Segundo o promotor José Cláudio Baglio, há indícios de outros estados envolvidos na organização criminosa e milhões de reais desviados.
A Polícia Militar chegou a informar que haveria uma sétima pessoa presa na operação, mas a informação não foi confirmada até o momento.
Em Campinas (SP), mandados foram cumpridos no Hospital Municipal Ouro Verde, administrada pela Organização Social (OS) Vitale, na Prefeitura e em residências de um condomínio. Uma pessoa foi presa e foi apreendido R$ 1,2 milhão, além de dois carros de luxo, dos modelos Ferrari e BMW.
A defesa da Vitale em Campinas negou que haja desvio de dinheiro.Também estão sendo alvos da Operação Ouro Verde as cidades de São Paulo, Santa Branca, Ubatuba, Várzea Paulista e Mogi das Cruzes. A polícia e o MP ainda não informaram de onde são os demais presos.
Mandados em Campinas
Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar Marci Elber, mandados de busca, apreensão e prisão foram cumpridos em três casas no condomínio Alphaville. Os carros foram aprendidos na casa de Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que foi preso sem apresentar resistência. Ele era ligado à Vitale, que administra o Hospital Ouro Verde. Documentos que estavam com ele também foram levados pelos policiais.
Já o dinheiro foi apreendido na casa de um funcionário de carreira da Prefeitura. Anésio Corat Júnior trabalha como diretor da Secretaria de Saúde do município. A residência de um terceiro investigado, no bairro Botafogo, na Rua Elisiário Prado, também foi alvo da operação. Todo o material apreendido será levado para a sede do MP, segundo informou a PM.
Fernando Vitor Torres Nogueira Franco foi levado para a 2ª Delegacia Seccional de Campinas, no Jardim Londres. O advogado dele, Haroldo Cardella, afirmou que Franco é médico e exercia a função de diretor técnico na Vitale, para atuar no Hospital Ouro Verde. De acordo com o defensor, ele não é mais funcionário da OS.
“Vamos apurar os motivos que levaram a esse medida extrema da prisão preventiva. Não existe nenhum indício de que ele praticou ato ilícito”, disse.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, apurou-se que um grupo ligado à Vitale utiliza essa entidade para obter indevida vantagem patrimonial. Ainda segundo o Gaeco, a vantagem é obtida pelo desvio sistemático de recursos públicos da área de saúde. A Vitale é uma organização sem fins lucrativos. A operação ganhou o nome de Ouro Verde.
(Foto: Reprodução EPTV)