O fundo do mar ainda nos revela inúmeras descobertas arqueológicas: pesquisadores liderados pelo Ministério de Antiguidades do Egito localizaram três navios da época do Império Romano que naufragaram próximos ao litoral da cidade egípcia de Alexandria.
Entre as relíquias descobertas estão moedas de ouro da época do Imperador Augusto (que governou Roma de 27 a.C a 14 d.C) e um busto de cristal atribuído ao general Marco Antônio, um dos homens mais próximos de Júlio César e que disputou a sucessão do império com Augusto.Além dos artefatos arqueológicos romanos, os pesquisadores também localizaram uma estátua atribuída ao deus egípcio Osíris: considerado o deus mais importante do Antigo Egito, ele era responsável por julgar os mortos de acordo com a tradição religiosa daquela civilização. Tais descobertas evidenciam o intenso intercâmbio cultural durante o apogeu da civilização romana. Por sinal, os artefatos localizados pelos arqueólogos datam de uma das mais famosas histórias do período: general com vasta experiência militar e responsável pelo sucesso da expansão territorial romana, Marco Antônio teve um romance com a rainha egípcia Cleópatra e passou a viver na cidade egípcia de Alexandria. Após a morte do imperador Júlio César, em 44 a.C, uma batalha pela sucessão ao trono arrastou o Império Romano à uma guerra civil: apoiado por Cleópatra, Marco Antônio guerreou com Augusto, que era sobrinho-neto de Júlio César. Após sofrer uma derrota na batalha naval de Áccio, em 31 a.C, Marco Antônio refugiou-se no Egito e, ao constatar a derrota iminente, cometeu suicídio.
Durante esse período, a cidade de Alexandria era considerada um dos portos mais importantes do Mundo Antigo. Era lá que estava sediada a Biblioteca de Alexandria, considerada uma das Maravilhas da Antiguidade por abrigar fontes de conhecimento milenares.
Poucos registros históricos sobre o funcionamento da biblioteca chegaram aos historiadores da atualidade: diferentes relatos descrevem o episódio que causou o grande incêndio que destruiu completamente o local — uma das hipóteses mais aceitas é que a Biblioteca de Alexandria foi tomada pelo fogo durante uma campanha militar liderada por Júlio César contra o seu inimigo Pompeu.
(Foto: Egyptian Ministry)