A Refinaria Henrique Lage (Revap), unidade da Petrobras em São José dos Campos (SP), ampliou em 5 milhões de litros por dia o processamento de petróleo a partir da primeira quinzena do último mês. O processamento foi alavancado pelos furacões Harvey e Irma, que paralisaram as instalações de petróleo e derivados em 12 refinarias nas regiões sul e sudeste dos Estados Unidos.
A informação foi dada pela direção da Revap em entrevista a jornalistas durante evento na refinaria nesta terça-feira (17). A unidade da empresa, no interior de São Paulo, é a terceira maior refinaria do país.
A Revap tem capacidade para processamento de até 40 milhões de litros de petróleo por dia, mas vinha distribuindo diariamente, em média, 35 milhões de litros para atendimento do mercado no Vale do Paraíba, litoral norte paulista, sul de Minas Gerais e Grande São Paulo.
Durante um período de dez dias, logo após os eventos nos EUA, a refinaria elevou em 12,5% o processamento de petróleo. O volume já voltou ao parâmetro anterior aos furacões.
Explicação
Apesar do desastre natural no exterior, o salto de processamento foi para atender a demanda interna brasileira.
Isso porque parte do excedente no mercado internacional era vendido ao Brasil – com os furacões, a capacidade ociosa norte-americana deixou de existir e, consequentemente, a venda a outros países consumidores foi interrompida.
Segundo Bentaci Corrêa Junior, gerente geral da Refinaria Henrique Lage, no episódio, a Petrobras encontrou uma oportunidade de negócio.
“As regiões atingidas pelos furacões, incluindo Texas City e Pasadena, tem uma rede duto viária enorme, que atende boa parte do país, além de terem uma capacidade ociosa. Com o fenômeno, os Estados Unidos consumiram tudo o que produziram”, explicou.