A porta-voz do governo Trump também disse que seria prematuro começar agora um debate sobre o controle de armas. Mas a tragédia fez o país se lembrar de outros massacres. E também da facilidade com que os americanos compram armamento pesado.
São números de guerra: cerca de 300 milhões de armas estão em mãos de civis nos Estados Unidos, quase uma por habitante.
Um direito garantido pela segunda emenda à Constituição, aprovada em 1791, em uma época em que não existiam fuzis e metralhadoras automáticas. Hoje, 33 mil pessoas são mortas por ano quando alguém aperta o gatilho em tempos de paz.
Mesmo assim, é fácil comprar armas na maioria dos estados americanos e também pela internet. Nevada tem uma das leis mais liberais do país. Qualquer um pode comprar e circular com armas à mostra pelo estado.
O porte de armas divide opiniões nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump foi eleito com o apoio do maior grupo de lobby de armas, a Associação Nacional do Rifle.
Em oito anos de governo, o ex-presidente Barack Obama tentou várias vezes restringir a venda de armas, mas esbarrou na resistência da oposição republicana no Congresso. Já a bancada Democrata apoia leis mais rígidas.
Em uma rede social, a candidata à presidência Hillary Clinton disse que “é preciso botar a política de lado e trabalhar junto para impedir que massacres assim aconteçam de novo”.
A ex-deputada republicana Gabrielle Giffords é a voz dissonante do partido. Em 2011, ela foi atingida na cabeça por um atirador com problemas mentais. Desde então, faz campanha para limitar a venda de armas e munições.
Nesta segunda-feira (2), ela e o marido, o astronauta Mark Kelly, fizeram um apelo: “Isso não é normal, não é inevitável. É uma epidemia que precisa ser curada”.
”O país conta com vocês”, completou a ex-deputada.
O então presidente Barack Obama se emocionou depois do massacre de 20 crianças e seis adultos na escola primária de Sandy Hook, em 2014. O atirador Adam Lanza, que tinha problemas mentais severos, usou no massacre dois fuzis comprados pela mãe de forma legal.
Em junho de 2016, o maior ataque desse tipo até a noite deste domingo (1º), o americano de origem afegã Omar Mateen matou 49 pessoas em uma boate gay em Orlando, na Flórida.
Em 2007, o estudante sul-coreano, Cho Seung-hui, matou 32 pessoas, entre alunos e professores na Universidade Virginia Tech.
Em 1999, o massacre de 13 pessoas na escola de Columbine, no Colorado, chamou a atenção pela idade dos atiradores: 17 anos. Como eram menores de idade, as armas foram compradas por um amigo maior de idade, respeitando a lei do estado.