Técnicos da Estação Ecológica de Bananal, na Serra da Bocaina, avaliam que a natureza levará até 15 anos para se regenerar do dano ambiental causada pelo incêndio que atingiu a área por seis dias, desde a última terça-feira (19).
As chamas foram controladas no domingo (24), mas equipes seguem monitorando a região. O fogo consumiu uma área equivalente a 1,6 campos de futebol, de uma mata que margeia a Unidade de Conservação (UC) da Estação Ecológica de Bananal. A UC, que tem 884 hectares, não foi atingida.
O incêndio queimou mata nativa da chamada zona de amortecimento da Estação, uma floresta protegida localizada à volta da unidade. Segundo os ambientalistas, animais morreram queimados ou sufocados com a fumaça. A perda de vegetação nativa deve prejudicar a alimentação dos sobreviventes, além de ser um risco à produção de água, já que o fogo consumiu espécies que protegem nascentes.
“É uma tragédia ambiental o que ocorreu. Diversos pássaros, mamíferos, répteis foram afetados, e espécies nativas da mata atlântica”, disse o gestor da Estação, Thiago Filete Nogueira. A recuperação natural deve levar de dez a 15 anos.Segundo os bombeiros, o risco de que o incêndio volte é bem pequeno, mas o monitoramento segue sendo feito por causa de pontos com fumaça e também por causa do tempo seco
Na segunda-feira, equipes do Corpo de Bombeiros sobrevoaram a área ao longo do dia e encontrou apenas três pontos com fumaça – tudo foi controlado. Nenhum foco de fogo ou incêndio foi encontrado. O monitoramento continua sendo feito na terça.
No domingo, 70 bombeiros, 75 voluntários e três helicópteros, que retiraram água de uma represa próxima para jogar no local, atuaram no combate. A prefeitura de Bananal decretou emergência.