Quinze anos após se mudar para o Reino Unido, a mato-grossense Angela Crickmore conta como perdeu 35 kg e virou personal trainer.
“Eu sempre fui magra. Durante a infância e adolescência, praticava esportes e musculação sem muita dedicação, apenas por prazer. A genética me favoreceu até mesmo durante a gestação do meu filho, aos 19 anos, quando engordei apenas 6 kg. Pouco tempo depois, me separei e deixei Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, aos 22 anos e embarquei rumo à Londres e de uma nova vida.
No meu primeiro ano na Inglaterra, já percebi que a má alimentação e a falta de atividade física estavam me fazendo engordar. Era comum comer muito em uma refeição e passar horas sem me alimentar de novo. Chegava ao fim da tarde com muita fome e comia o que enxergasse pela frente. Pizza, macarrão com muito queijo, batata frita e sorvetes eram meus alimentos preferidos e comia sem restrição alguma.
Hora da mudança
Foram anos e anos até que a balança marcasse 82 kg, o máximo que já pesei na vida! Com 1,56 cm de altura, o peso dos seios e o cansaço físico eram incômodos diários. Eu sempre fui vaidosa e confiante, mantive essa mesma postura durante essa fase e não deixava de usar biquínis de jeito nenhum. Por outro lado, não me reconhecia nesse corpo e não estava verdadeiramente feliz.
Foi somente aos 32 anos que senti a real motivação para mudar. Em Londres é bem comum que as cabeleireiras trabalhem em casa, e após meses sem visitar a profissional que frequentava na época, levei um susto quando a vi: ela havia emagrecido mais de 10 kg e afirmava que tudo isso foi graças às mudanças na alimentação. Imagine que 6 anos atrás não havia essa onda fitness do Instagram e pessoas reais que mudavam o estilo de vida assim… Apenas lia em revistas ou via na TV as celebridades que faziam isso.
No mesmo dia pensei: ´Se ela conseguiu, eu também consigo!´. Li diversos especialistas que afirmavam que o segredo para uma alimentação mais saudável era comer a cada 3 horas o que me parecia estranho. Mas, as porções eram menores a cada refeição, então decidi tentar já que sempre fui contra dietas milagrosas e radicais.
Comecei a preparar arroz integral, proteína magras e muitos vegetais para as refeições principais e frutas para os lanches intermediários. Levava minha comida para o trabalho, coloquei alarmes no celular para não pular os horários e fazia caminhadas por uma hora em um parque próximo de casa, todos os dias, com chuva ou sol.
Logo no primeiro mês, perdi 4 kg e as roupas já estavam mais largas! Vi que estava no caminho certo e mantive a paciência e a persistência por mais 8 meses até que eliminei 35 kg. Eu tinha essa meta e focava nela, mas não tinha ideia de que poderia ficar flácida. Na minha cabeça era só emagrecer e pronto. Apesar da maioria das celulites já terem ido embora sem nenhum tratamento estético, havia ainda a falta de tônus muscular que me incomodava.
Nova paixão
Mais magra e confiante, me matriculei em uma academia de musculação e um novo mundo surgiu em 2012. Via no espelho meu corpo cada vez mais definido e segui por anos a rotina de treino após o trabalho por uma hora e meia, divididos entre exercícios de cardio e de peso, em seguida, preparava o e as refeições do próximo dia.
Me apaixonei pelo treino com peso e comecei a estudar para me tornar personal trainer. Foram quatro anos me exercitava de 6 a 7 dias na semana, mas balanceando a intensidade ou estímulo de acordo com o que buscava no momento. Por exemplo, pós férias era normal engordar um pouco, então focava em exercícios que aumentassem o gasto calórico e diminuía esse mesmo treino se meu foca era manter o ganho de massa magra ou manter o peso.
Há um ano trabalho como instrutora física e me sinto realizada com o novo caminho que trilhei. Aos 38 anos, me sinto mais bonita e confiante que nunca e tenho orgulho das minhas estrias. Elas mostram que sou natural e a minha história até hoje. Tenho certeza que a chave do sucesso é a persistência e a paciência para não buscar resultados rápidos e sim, traçar objetivos possíveis em equilíbrio com seus sentimentos”.