Os alarmes antiaéreos da ilha de Hokkaido só foram ativados duas vezes nos últimos quinze anos. E não se tratava de um exercício, mas sim de resposta a uma ameaça real: os disparos de mísseis balísticos da Coreia do Norte, que sobrevoaram a ilha antes de cair no mar.No último teste de mísseis norte-coreanos, na semana passada, os moradores receberam um aviso às sete da manhã do governo – enviado via SMS – recomendando que buscassem abrigo.
O projétil norte-coreano sobrevoou Hokkaido entre as 7h04 e as 7h06 da manhã, antes de cair no mar. Isto significa que os cidadãos tiveram cerca de quatro minutos para procurar abrigo.
Várias pessoas se perguntaram o porquê do governo japonês não ter destruído o míssil.
“Realmente não temos prática com evacuações. Não sabemos o que fazer, pois o Japão não entra em guerra há mais de 70 anos”, disse à BBC o estudante de medicina Avelino Fujimoto. Ele mora em Maebashi, cidade a noroeste de Tóquio.
“Em geral, o Japão é um lugar muito seguro para se viver. Mas o fato de que não sabemos quão potentes são esses mísseis e nem que áreas eles podem atingir está deixando muita gente com medo”, acrescenta Fujimoto.
O ministro da Defesa, Itsunori Onodera, disse que as autoridades acompanharam o míssil desde seu lançamento até a queda no mar, e que o governo soube rapidamente que o projétil não visava um alvo em solo japonês.
De fato, o petardo caiu a mais de 2,2 mil quilômetros de Hokkaido. Mas quais opções o Japão teria?