Após receber alta do Centro Hospital do Sistema Penitenciário, em São Paulo, no começo da noite desta quinta-feira (24) , o ex-médico Roger Abdelmassih retornou para a penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP).
O detento, condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros de 37 pacientes, chegou na unidade por volta das 20h30 em uma ambulância. Ele esteve detido no local até junho, quando obteve uma decisão da Justiça para continuar a cumprir a pena em casa.
Cinco decisões judiciais sobre o destino do ex-médico foram emitidas desde então, a última no dia 18, quando a Justiça cassou a prisão domiciliar dele, que seguiu para o hospital penitenciário onde esteve até esta quinta.
Para permanecer em casa, ele precisaria de uma tornozeleira eletrônica, mas o equipamento foi retirado do ex-médico depois que o Governo do Estado rompeu o contrato com a empresa que fornece a tornozeleira. Esse foi um dos motivos para o corte do benefício da prisão domiciliar.
Desde abril, Abdelmassih, que faz tratamento para problemas cardíacos, já passou por períodos de internação em quatro hospitais, sendo dois em Taubaté e dois em São Paulo.
Histórico
Roger, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado a 278 anos de reclusão em novembro de 2010. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.
Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional de ex-médico de Abdelmassih.Após três anos foragido, quando chegou a ser considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia Federal (PF), em 19 de agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a pena dele foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão judicial. Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos.