Uma professora da rede pública de Indaial, no Vale do Itajaí, foi agredida por um aluno dentro de uma escola municipal, nesta segunda-feira (21). A docente, responsável pelas aulas de Língua Portuguesa, Marcia de Lourdes Friggi, de 51 anos, ficou ferida após ser atingida por tapas e socos de um aluno de 15 anos, quando o levou até a sala da direção. A ocorrência foi registrada na delegacia de Polícia Civil, que instaurou um auto de apuração de ato infracional contra o adolescente.
“Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacera por saber que não sou a única, talvez não seja a última. Estou dilacera por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem. Estou dilacera porque dilacera porque me sinto em desamparo, como estão desamparados todos os professores brasileiros”, desabafou a professora nas redes sociais.
A professora precisou ir até o Hospital Beatriz Ramos para fazer a sutura do rosto, na altura do supercílio. Por conta disso, ela deve ficar afastada por pelo menos sete dias seguindo a recomendação médica. O exame de corpo de delito foi realizado nesta tarde, em Blumenau.
A direção da escola e o Conselho Tutelar devem decidir nesta terça-feira qual será o encaminhamento que será tomado por conta da conduta do aluno. Ele também será intimado pela polícia para dar sua versão sobre o caso.
Segundo a Gered (Gerência de Educação) da ADR (Agência de Desenvolvimento Regional) de Timbó, a professora trabalha na rede estadual de ensino de Santa Catarina e leciona na Escola Prefeito Germano Brandes Júnior. Ela também é contratada em caráter temporário (ACT) para trabalhar numa unidade de EJA (Ensino de Jovens e Adultos) pertencente à Secretaria Municipal de Educação, onde ocorreu a agressão.
A professora chegou a compartilhar o caso nas redes sociais, em que conta que ela solicitou para que o menino colocasse o livro sobre a mesa e o mesmo não concordou e disse para ela “se f…”. Foi quando ela pediu para que ele se retirasse da sala, e ele arremessou um livro na cabeça da professora.
“Não me feriu, mas poderia. Na direção eu contei o que tinha acontecido. Ele retrucou que menti e eu tentei dizer: Como, menti? A sala toda viu… Não deu tempo para mais nada. Ele, um menino forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede”, afirma no relato.