Depois de três eliminações e muitas críticas ao trabalho de Rogério Ceni, o São Paulo, após uma semana com duas vitórias, começa a dar sinais de recuperação. Se ao bater o Avaí, na segunda-feira passada, o time não fez mais do que a obrigação, no sábado, mesmo sendo inferior em qualidade técnica e em número de peças do elenco, soube enfrentar o Palmeiras de igual para igual e vencer por 2 a 0, resultado que leva a equipe provisoriamente ao terceiro lugar na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro.
É claro que os resultados são importantes, mas vale ressaltar principalmente o surgimento de um novo Tricolor. Na maioria das partidas deste ano, todos viram um São Paulo que tomava a iniciativa, priorizava o jogo ofensivo. Mesmo que, para isso, deixasse exposto seu meio-campo e o sistema defensivo. Desde a partida contra o Cruzeiro, no Mineirão, primeira rodada do Brasileirão, quando o time perdeu por 1 a 0 (o tropeço ocorreu por falha de Maicon, é importante ressaltar), é possível observar uma equipe mais bem postada em campo. O Tricolor mostra que sabe jogar no erro do adversário, que não se desespera em ver o rival controlando o jogo.
Neste sábado, o Palmeiras teve mais posse de bola (60% a 405), finalizou mais (10 a 7), teve muito mais passes certos (320 a 178). Mas em nenhum momento do Choque-Rei o São Paulo esteve exposto. O esquema com três zagueiros montado por Rogério Ceni funcionou muito bem. Quando a escalação tricolor foi anunciada, a surpresa foi a presença de Marcinho na ala direita. Claramente, o objetivo era explorar a lateral-esquerda alviverde, independentemente de quem jogasse: o desgastado Zé Roberto, que acabou não entrando, ou o improvisado Michel Bastos.Defensivamente, o São Paulo funcionou muito bem, mas ofensivamente deixou a desejar na etapa inicial. Basicamente por um motivo: Cueva não entrou no jogo em nenhum momento. Em vez de escalá-lo aberto pela esquerda, Ceni postou seu camisa 10 flutuando pelo meio. O peruano, porém, errou tudo o que tentou, prejudicando muito as ações ofensivas.