Após uma avalanche de notícias negativas devido às acusações da delação premiada da JBS, o presidente Michel Temer conseguiu dar certa demonstração de força ao reunir importantes aliados no Palácio da Alvorada no domingo à noite.
Depois do encontro, que reuniu 17 ministros, 23 deputados e 6 senadores de diversos partidos, alguns dos participantes afastaram o risco de debandada da base aliada.
Mais cedo, PSDB, DEM e PPS já haviam cancelado uma reunião, prevista para domingo de tarde, em que discutiriam a possível saída do governo.
Participaram do encontro com Temer no Alvorada, por exemplo, os ministros tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), assim como o novo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati.
Do PPS, esteve presente o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Já o DEM foi representado pelo presidente do partido, senador Agripino Maia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o líder da bancada na Câmara, deputado Efraim Filho.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB) também participou e, junto com Rodrigo Maia, manifestou lealdade e compromisso com a pauta do governo no Congresso.
Já Temer voltou a repetir no encontro que não pretende renunciar.
“O resultado foi extremamente positivo para mostrar que o presidente tem base e tem estabilidade no Congresso Nacional”, disse à BBC Brasil Efraim Filho. “Não estamos cogitando sair (do governo)”, acrescentou.
A declaração indicou uma mudança de tom após a reunião. Mais cedo, no domingo de tarde, Efraim havia dito que o partido ainda iria aguardar os próximos dias para avaliar a permanência no governo.
O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também manifestou confiança na união da base e disse que a reunião serviu para todos os partidos manifestarem seu compromisso com o avanço das reformas no Parlamento