O Campeonato Carioca terá o clássico Fla-Flu na decisão. Depois do Fluminense passar pelo Vasco no último sábado, neste domingo foi a vez do Flamengo garantir presença na final do Estadual. Com dois gols do peruano Paolo Guerrero, o Flamengo derrotou o Botafogo por 2 a 1, no Maracanã, se classificando para a grande decisão do Carioca. Sassá, de pênalti, descontou para o Botafogo.
Após um primeiro tempo sem gols, o clássico ficou mais movimentado na segunda etapa. Logo aos 3 minutos, Éverton mandou a bola na área, Victor Luis tirou mal, e Guerrero pegou a sobra, finalizando para o fundo do gol.
Aos 20 minutos, o Flamengo chegou ao segundo gol. Éverton finalizou de dentro da área, a bola bateu na mão de Fernandes e o árbitro marcou a penalidade. Na cobrança, Guerrero chutou forte no meio do gol, deixando o Flamengo bem perto da decisão.
Na reta final do confronto, o Botafogo conseguiu descontar. Aos 40 minutos, Réver empurrou Sassá dentro da área e o árbitro assinalou a penalidade. O mesmo Sassá cobrou com categoria e diminuiu.
O clássico Fla-Flu ocorrerá na final do Campeonato Carioca pela primeira vez desde 1991. As decisões acontecem nos próximos dois domingos, sem vantagem para nenhuma das equipes.
“Será um jogo difícil, dureza, o Fluminense tem um ataque eficiente. Vamos procurar neutralizar, tivemos dificuldades na final da Taça Guanabara. Agora é esquecer o que ficou para trás. É uma nova decisão, onde realmente vale o título. Vamos em busca desse título no primeiro semestre”, disse o zagueiro Réver.
Antes da final, o Flamengo volta a campo na próxima quarta-feira, quando visita o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, pela quarta rodada do grupo 4 da Libertadores. O Flamengo lidera com 6 pontos, dois a mais que os paranaenses.
Já o Botafogo tem compromisso pela Copa do Brasil, também na quarta, no Engenhão. O adversário será o Sport, na primeira partida das oitavas de final.
O jogo
Flamengo e Botafogo fizeram um primeiro tempo sem emoções ofensivas e com poucos lances de área. Mesmo com a vantagem do empate, foi o Rubro-Negro que assumiu a iniciativa de propor o jogo e foi mais incisivo nos 45 minutos iniciais, mas o domínio territorial não se traduziu em poderio ofensivo. Muito pelo contrário, sem contar com seu principal armador, já que Diego passou por cirurgia no joelho, o Flamengo sofreu com a falta de organização no meio de campo, e Guerrero ficou isolado na frente.
Ao contrário do adversário, que teve a semana livre para treinar, o Botafogo veio de desgastante viagem ao Equador, onde encarou o Barcelona de Guayaquil no meio da semana, pela Libertadores. Assim, Jair Ventura, embora tenha optado por escalar seus titulares, posicionou sua equipe atrás da bola e abdicou da posse de bola em busca de um lance salvador.
Só o Flamengo chegou com perigo no primeiro tempo, em três ocasiões. Aos 17, Everton fez boa jogada pela ponta esquerda e cruzou na área. William Arão ajeitou para Guerrero dominar no peito e chutar rasteiro, mas Gatito estava atento e fez boa defesa.
Aos 32, novo cruzamento da esquerda de Everton, que Gabriel tocou de cabeça para Rômulo e este tentou por cobertura, também de cabeça, mas a bola saiu à esquerda da meta Alvinegra.
Aos 40, a torcida se levantou, mas não valia mais nada. Guerrero, da intermediária, enfiou para Everton na área. Ele rolou para Gabriel completamente livre na entrada da pequena área, mas em impedimento, e o meia-atacante tocou para a rede.
O Flamengo voltou para a segunda etapa tentando imprimir mais velocidade, enquanto o Botafgo já dava sinais de cansaço. Não demorou e saiu o primeiro gol. Como foi rotina na partida, Everton foi acionado na esquerda e levantou na área. Víctor Luís cortou de cabeça, mas a bola caiu no pé de Guerrero, que, de primeira, mandou um balaço que parou no fundo da rede de Gatito, aos 4 minutos.
O Flamengo continuava melhor e seguiu atacando. Aos 7, novo cruzamento de Everton da esquerda, e a bola foi na cabeça de Gabriel, na altura da marca do pênalti. O meia-atacante, porém, concluiu mal e mandou longe do gol.
Com a desvantagem no placar, Jair Ventura mudou o esquema de jogo e foi para o tudo ou nada. Aos 11 minutos, fez duas substituições de uma vez, tirando o volante Dudu Cearense e o atacante Roger, para colocar dois avantes, Sassá e Guilherme.
Aos 13, Guerrero fez boa jogada pela esquerda e rolou para o meio para a entrada de Trauco. O lateral peruano armou o chute e soltou a bomba, obrigando Gatito a espalmar a bola para evitar o segundo.
Mesmo com as substituições, o Botafogo não mostrava sinais de reação, e a situação ficou pior aos 19. Everton chutou dentro da área e a bola bateu no braço de Fernandes. Pênalti que Guerrero cobrou com força, no meio do gol, para praticamente liquidar a fatura.
Com a boa vantagem construída, Zé Ricardo fez duas substituições. Everton e Rômulo, que vêm de lesões, foram poupados para as entradas de Renê e Berrío. Trauco foi deslocado para o meio de campo e Gabriel passou a atuar mais centralizado.
O Rubro-Negro continuou mais incisivo e Guerrero perdeu gol incrível aos 38. Pará avançou pela direita e enfiou na frente para Berrío. O colombiano tocou de primeira para o meio e achou Guerrero livre na marca do pênalti, mas o peruano demorou a concluir e Fernandes apareceu no último segundo para colocar o pé na frente da bola e afastar o perigo.
O Botafogo respondeu com Sassá, que recebeu na área, driblou Muralha, mas perdeu o ângulo e acabou chutando para fora, naquela que foi a melhor chance do Alvinegro na partida.
No minuto seguinte, o mesmo Sassá foi derrubado na área por Réver, e o árbitro assinalou a penalidade máxima. O mesmo Sassá cobrou no canto esquerdo e diminuiu para o Botafogo.